Criado como o maior complexo hoteleiro-turístico da América Latina em 2000, a Costa do Sauípe (BA) conta hoje com quatro hotéis e 1.564 quartos à beira de uma faixa de areia que serve de nidificação para tartarugas marinhas. É precisamente sob este tema que o resort ganhará em 2027 o Hot Park Baía das Tartarugasum parque aquático que custou cerca de R$ 350 milhões.
Esta é apenas uma das novidades para os próximos anos anunciadas pela Avivatitular do Costa do Sauípe (BA)de Rio Quente Resorts É de Parque Quente (GO), este último entre os parques aquáticos mais visitados do mundo. Com faturamento de R$ 1,2 bilhão em 2023 e projeção de R$ 1,3 bilhão em 2024, a empresa determinou que R$ 1,2 bilhão serão investidos em mudanças de destinos até 2028que juntos receberam 2,2 milhões de visitantes no ano passado.
Melhorias na hotelaria, reposicionamento de produtos, investimento em um público premium e novos temas em seus ativos de entretenimento estão nos planos. E a maior ciclo de investimentos da história da empresa.
Do total, R$ 420 milhões são destinados à reforma da hotelaria da Costa do Sauípe; outros R$ 420 milhões para a construção do novo parque na Bahia e para a temática do Hot Park em Goiás; e, por fim, R$ 360 milhões para alterações na hotelaria do Rio Quente Resorts.
Novo parque aquático na Bahia
Diferentemente do Hot Park goiano, o Hot Park Baía das Tartarugas é totalmente temático. “A orla do Sauípe é a segunda maior área de desova de tartarugas marinhas do Brasil. Vamos trazer o parque para contar essa história junto com a educação ambiental para nossos visitantes”, afirma Paulo Schneiderdiretor de operações da Aviva.
Ó narrativa acompanha a jornada da tartaruga Marina, integrante da Turminha da Zooeira, personagem embaixadora da Aviva. Este ano elas ganham ainda mais destaque: haverá lançamento de uma série animada no YouTube e a empresa trabalha para licenciar produtos para o mercado.
No total, a construção do parque aquático baiano está avaliada em R$ 350 milhões. As obras começam em agosto deste ano e a previsão é que as portas abram em 2027, atraindo 1,2 milhão de visitantes anualmente.
Segundo diretores da Aviva, a previsão é que o parque de quase 100 mil m² proporcione uma terceira onda de turismo na região, seguindo os passos do que aconteceu em 1970 com o início do turismo na Praia do Forte e em 2000 com a inauguração da Costa do Sauípe. O complexo pertence ao município de Mata de São João, na Costa dos Coqueiros, a 76 km de Salvador.
Com a nova atração, a Aviva vem trabalhando para tornar o original Hot Park, em Goiás, um destino separado de Rio Quente.
Nos tornamos a primeira empresa de parques do país a ter a mesma marca em dois destinos. Para isso, o Hot Park precisa ganhar força nacional. Antes era o parque anexo ao Rio Quente Resorts. Hoje, na estratégia de posicionamento, se desliga de Rio Quente e vira destino
Edson Cândido, diretor de marketing e vendas da Aviva
Para isso, R$ 70 milhões são direcionados ao parque goiano, que passa por processo de tematização em três áreas distintas. Algumas melhorias já foram feitas: no ano passado, dois restaurantes foram reformados e foi inaugurado um novo brinquedo, o Turbilhados, que consiste em dois toboáguas com bóias para duas a quatro pessoas e que injetou 17% dos visitantes no parque.
De olho no público sofisticado
Os R$ 420 milhões destinados à reforma e reposicionamento dos hotéis da Costa do Sauípe vão dividir os quatro hotéis all inclusive existentes em duas categorias: entrada e alto padrão.
Entre os de alto padrão, o Brisa Grande Premium Está pronto e virado caso pela empresa. “Hoje é o nosso hotel com maior tarifa média e maior procura”, revela Alessandro Cunha, CEO da Aviva. O ticket médio gira em torno de R$ 2 mil e a taxa de ocupação ao longo do ano gira em torno de 70%.
Na mesma linha, o hotel Premium Sol, encerrado para remodelações, reabre em Dezembro como Sol Grande Premium. A atualização inclui atualizações na estrutura, serviços e experiências, como ampliação de restaurantes, revitalização de áreas de lazer e reforma de piscinas. Os quartos deverão contar com camas modulares, para que haja “flexibilidade no atendimento às famílias de perfil maior, que é a demanda atualmente em Sauípe”, afirma o CEO.
Localizado mais ao sul do complexo, o hotel Premium Sol é inclusive um dos preferidos dos argentinos, que formam o maior audiência internacional do destino. Eles representam de 10 a 15% do público, mas a participação já chegou a um valor superior, de 30%. Os Estados Unidos e a Europa ainda são pequenos no número de estrangeiros.
“Nossos esforços têm que ser para a América do Sul. Além da Argentina, devemos olhar também para o Chile e a Colômbia, por exemplo. Na Europa, dentro do nosso planeamento temos que olhar para Portugal. Neste momento estamos de olho no país porque tem voo direto para Salvador”, comenta Edson Cândido.
A estratégia também mistura hotéis de entrada: o Sauípe Resorts Ala Mar e a Sauípe Resorts Ala Terra passarão por reformas e serão entregues, respectivamente, em 2025 e 2027.
“Existem públicos diversos. Os clientes dos hotéis de hoje são A e B. Trabalhamos muito com públicos com renda de até R$ 15 mil, e agora, com o posicionamento dos hotéis Grand Premium, trabalhamos com públicos acima de R$ 20 mil”, afirma Edson Cândido.
Entre os investimentos na hotelaria de Sauípe, também está incluída a criação de um Centro de Produção e Distribuição de Alimentos (CPDA) no valor de R$ 70 milhões. O modelo já opera em Goiás e tem como foco a eficiência operacional e a redução de desperdícios. Em vez de cada hotel ter cozinhas separadas, o centro reunirá a produção de alimentos e atenderá a demanda do parque inédito.
Mudanças no Rio Quente Resorts
A 180 km de Goiânia, a cidade de Rio Quente forma o maior estância hidrotermal do mundocom águas naturais a 37,5º C. No destino, a Aviva destinará R$ 360 milhões para reforma hoteleira do Rio Quente Resorts, que inclui atualização do Hotel Pousadaque deu início à região na década de 1960, e Turismo Hoteleiro. Assim como em Sauípe, o plano é categorizar os hotéis.
Para o próximo ano, uma das grandes apostas é a expansão do Parque das Fontes. O local é gratuito para os hóspedes do complexo e funciona 24 horas por dia, contando com 18 fontes de água naturalmente quente, entre piscinas, duchas termais, saunas e ofurôs.
O interior de São Paulo, Goiânia, Brasília e Minas Gerais são os maiores emissores entre os visitantes dos resorts.
90% das pessoas que vão para Rio Quente vão de carro. A viagem média é de 3 a 8 horas. Para esse público, o tempo gasto na viagem vale a pena porque o destino é relevante
Edson Cândido, diretor de marketing e vendas da Aviva
Para quem deseja chegar de avião, o trajeto é pousar em Caldas Novas, a meia hora de Rio Quente. Há voos às quintas e domingos para a cidade vizinha saindo de Campinas, São Paulo (Congonhas) e Belo Horizonte, com aumento de frequência na alta temporada.
Modelos de fidelidade e imobiliário
Não são apenas os destinos que geram receitas da Aviva: grande parte da receita atual baseia-se na fidelização ao clube de férias Aviva Vacation Club, que conta com 33 mil famílias entre os seus associados. O segmento representou 48% da receita de 2023.
“O mix hoteleiro é composto por novos clientes e mais 50% de clientes fiéis. O facto de esta metade ser de clientes habituais já nos dá tranquilidade sabendo que temos uma forte estratégia de fidelização”, explica Edson Cândido.
Assim, a rodada de investimentos também impacta timeshare de olho no público de alto padrão. No Rio Quente Resorts, as primeiras 20 casas do InCasa Residence Club, condomínio com clube e serviços privativos, serão entregues em junho de 2025, sendo 40 casas até 2027. O contrato dá direito de uso por 25 anos, nos quais os proprietários aproveitam o local durante duas semanas por ano. O preço médio de compra é de R$ 600 mil.
Ainda em 2024, a Costa do Sauípe também receberá um timeshare, mas verticalizado. O High End TimeShare terá 208 apartamentos tipo estúdio e ocupará o antigo hotel Sauípe Resorts Ala Água.
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