O interesse em cafés especiais cresce a cada dia, assim como a diversidade de sabores, aromas, métodos de extração e possibilidades de tome a melhor bebida de acordo com gostos pessoais.
Diante desse universo infinito de possibilidades, é comum ficar perdido sem saber por onde começar e como fazer um café mais gostoso com as coisas que você tem em casa. O CNN Viagens e Gastronomia montei um guia para iniciantes no mundo desse tipo de bebida.
Para ajudar nessa jornada, Leo Oliva, barista finalista em diversos concursos de café e criador de conteúdo para redes sociais, ajudou a definir passos recomendados para entrar no mundo dos cafés especiais.
Veja 5 dicas para começar a beber cafés especiais
Escolha do produto
Uma etapa não obrigatória, mas recomendada, é alterar o formato de compra do café. Quando conservado em grãos, consegue preservar melhor os aromas e sabores da fruta.
Segundo Leo Oliva, “a maior diferença entre comprar grão e pó é o prazo de validade do produto. Os cafés armazenados inteiros tendem a ter maior tempo de qualidade na prateleira, enquanto os que já são moídos tendem a oxidar e envelhecer muito mais rápido devido à área de contato com o ar.”
Porém, quando não há possibilidade de moê-lo, as dicas também podem ser seguidas com o café adquirido em pó.
Também é importante descobrir os seus gostos: decida se prefere uma bebida mais suave ou encorpada, com notas frutadas, ácidas ou amargas. Essa preferência pode ser definida de acordo com testes de diferentes origens de grãos, torras e métodos de extração.
Ao fazer a compra, verifique a origem do café — tanto a colheita quanto a torra. Quanto mais informações sobre o percurso que os grãos percorreram até chegar à embalagem, maiores serão as chances de sua qualidade. Ao selecionar um assado, escolha sempre o mais recente.
Se o café já estiver moído, vale atentar para a moagem que foi feita: fina, média ou grossa. Essa qualidade é importante para a extração escolhida.
Utensílios
Quanto mais sofisticado for o seu gosto por cafés especiais, mais produtos aparecerão para aumentar ainda mais a qualidade da experiência de beber. Esses, porém, são os passos básicos para quem quer começar a explorar esse mundo.
O moedor é importante para permitir moer os grãos logo na hora de servir o café – aproveitando melhor seus sabores e aromas. Com ele é possível definir o tamanho dos fragmentos que devem mudar para melhor se adequar a cada forma de extração.
A balança é outro item que se torna essencial quando se inicia no mundo das bebidas especiais. “Você consegue controlar a quantidade de água em relação à quantidade de pó de café e, com isso, consegue ter uma padronização maior das suas receitas. O café que você tomou ontem, você pode tomar igual amanhã”, afirma Leo.
Por fim, a chaleira Gooseneck pode ser sua melhor amiga na hora de beber, pois permite maior controle do fluxo de água e, consequentemente, maior padronização das receitas.
Método de preparação
Filtro de papel, cafeteira italiana, prensa francesa, Aeropress, Pressca, V60, entre muitos outros. Os métodos de extração do café são infinitos e permitem que a bebida tenha características diversas.
Independentemente do modo escolhido, uma regra universal para melhorar os resultados da extração é escaldar o filtro – etapa essencial na hora de preparar a bebida. O objetivo é retirar o gosto de papel que pode interferir no sabor do café, além de aquecer o recipiente.
“Não existe melhor método, nem melhor receita – existem sabores. Você pode gostar de uma bebida muito intensa e encorpada, então talvez o expresso seja uma ótima escolha. Se você gosta de uma bebida bem clean, bem límpida, um pouco mais ácida, talvez uma V60”, comentou o barista.
Embora existam muitos, os métodos mais sofisticados não são regra para acesso aos cafés especiais. “Explore o máximo que você já tem […] e aí sim, começar a pensar em comprar um novo método”, disse Leo.
Moagem de grãos
Dependendo do método escolhido, a moagem dos grãos deve ser diferente. De acordo com o Guia de Moagem de Café da Café Urbanoum grão fino é ideal para expressos; médio, para cafeteiras tipo gotejamento, italiana e Aeropress; e grosso, para imprensa francesa.
Para saber se o tamanho dos grânulos está adequado, Leo Oliva explica que, se a bebida for amarga, adstringente ou “secar” a boca, o café foi extraído mais que o ideal, ou seja, o café precisa ser menos moído. Por outro lado, se o líquido estiver sem sabor ou muito longo, o pó precisa ser mais fino.
Proporção café e água
Um dos grandes segredos para encontrar uma receita perfeita é definir a proporção dos ingredientes para a extração da bebida — que pode variar de acordo com as preferências do consumidor.
O barista Leo Oliva recomenda “começar com duas colheres bem cheias de pó (que darão cerca de 10 gramas de pó cada) para um copo americano de água (mais ou menos 190 a 200 ml). Ou seja, aqui estamos fazendo uma proporção de uma parte de pó para 10 partes de água”.
Além disso, o especialista em café desmentiu o mito de que a água não pode estar fervendo no momento da extração. “O [café] especial, tem muita coisa gostosa que a gente vai conseguir tirar com temperaturas mais altas, então é bom fervê-las.”
Além disso, ele explica que os grãos foram torrados em torno de 200ºC, temperatura muito acima da que atinge a água fervente — que fica em torno de 100ºC.
Por que os saborosos cafés do Vietnã estão se tornando uma tendência global?
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