Costumo dizer que a Escandinávia é um território cheio de surpresas, onde a mistura das suas gentes e paisagens resulta em descobertas fascinantes. E Estocolmo é uma representação fiel disso. Mas a capital de Suécia vai além ao revelar um cenário gastronômico de tirar o fôlego.
Depois de visitar alguns dos principais atrativos da cidade na 7ª temporada da CNN Viagem & Gastronomia, é hora de apreciar o Gastronomia de Estocolmocom restaurantes que vão desde os estrelados aos muito tradicionais.
Independentemente dos endereços, uma coisa é certa: eles trazem de volta as tradições nórdicas e suecas e colocam ingredientes locais – sazonais e bem elaborados – no centro da mesa.
De mercearias a brasseries, passando por restaurantes com estrelas Michelin (são 12 no total) até um restaurante que funciona no mesmo local desde 1722, confira abaixo uma deliciosa seleção para satisfazer seu desejo de onde comer em Estocolmo.
Onde comer em Estocolmo:
Mercado municipal: ingredientes e tradições
No distrito de Östermalm ergue-se um edifício de tijolos com mais de 130 anos de história. eu falo de Mercado Municipal de Östermalmuma espécie de “mercado” de Estocolmo, inaugurado em 1888. O diferencial está nos comerciantes: são 18, a maioria administrados por famílias, com barracas que passaram de geração em geração.
Aqui nos deparamos – e nos deliciamos – com os mais diferentes tipos de produtos. Imagine queijos, carnes, peixes, mariscos e doces típicos lado a lado. Um passeio pelo mercado revela ovas locais, carne de rena e diferentes tipos de lagosta.
Sentar e saborear alguma iguaria é irresistível. Isso porque aqui estão os melhores restaurantes de peixe da cidade, além de bares, delicatessens e cafés para completar a experiência. Minha dica é olhar o cardápio e sentar na mesa – ou balcão – que mais combina com você. Aqui degustei ovas, salmão curado e até experimentei bacalhau fresco cozido no vapor que caiu em lascas.
As lojas em Mercado Municipal de Östermalm Funcionam de segunda a sexta, das 9h30 às 19h, e aos sábados, das 9h30 às 17h. Os restaurantes abrem à noite e é recomendável ficar atento aos seus sites.
Tradicional e moderno
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Den Gylene Freden funciona em Estocolmo desde 1722 e está ligado à Academia que atribui o Prémio Nobel da Literatura • CNN Viagens e Gastronomia
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A Brasserie Astoria é um endereço descomplicado que serve culinária francesa e italiana em um ambiente casual • CNN Viagens e Gastronomia
Já imaginou um restaurante que tem mais de 300 anos de história e, tudo isso, sem sair do mesmo endereço? Assim é o Den Gyldene Freden, um dos restaurantes mais antigos do mundooperando no centro antigo de Estocolmo desde 1722. O local é acolhedor e lembra uma grande casa medieval, com recantos diferentes.
Pratos sazonais saem da cozinha e a dica é ficar de olho no clássico arenque, além dos cogumelos da estação e da maionese com camarão – melhor acompanhado de uma dose de snaps, tradicional bebida alcoólica escandinava que é uma boa desculpa para equilibrar a gordura. Você quer mais curiosidade? A casa é propriedade da Academia que faz os votos de Prêmio Nobel de LiteraturaPortanto, as suas paredes testemunham várias decisões muito importantes ao longo dos séculos.
Para equilibrar, uma ótima opção para uma refeição em um ambiente descolado e moderno é o Brasserie Astoriaum daqueles lugares descomplicados, com boa comida e atendimento simpático. Não é à toa: é a mais recente empreitada do chef Björn Frantzénatrás do Frantzén de três estrelas (história abaixo).
Ocupando um antigo cinema, o charmoso lugar serve iguarias francesas e italianas, como a salada César preparada à mesa e o filé mignon flambado com conhaque. Bife tártaro, pizza trufada de massa fina e linguini com frutos do mar também são alguns dos itens. Pratos diários são oferecidos durante a semana e há brunch nos finais de semana – e vale a pena ficar de olho no bar principal para os coquetéis clássicos.
Em Södermalm, o Café Nizza É um endereço despretensioso que vale a pena visitar. Influenciado pela culinária francesa e sabores suecos, o cardápio enxuto conta com pratos que vão desde petiscos até massas e pratos principais. Por 695 coroas (R$ 380) temos direito a entrada, massa e sobremesa. Um dos itens mais tradicionais é o cacio e pepe, feito com massa de pão azedo, e o ideal é ter à mão uma taça de vinho tinto, como eu fiz.
“Queria um restaurante que se conectasse com a comunidade onde estamos, que vivenciasse e se desenvolvesse junto com a comunidade”, afirma Johan Agrellchef e proprietário do Café Nizza. Por isso está aberto todos os dias da semana, bem como para almoço aos fins de semana. E para quem não consegue mesa, a alternativa é o Caverna Nizzabar de vinhos vizinho.
Restaurantes famosos em Estocolmo
Para saborear a cozinha nórdica moderna, um bom começo é reservar uma mesa no Airaum restaurante com duas estrelas Michelin num local idílico de frente para o Mar Báltico – uma das formas de chegar até aqui é de barco. Chefs suecos Tommy Myllymäki e Pi Le Eles apostam em ingredientes sazonais e servem pratos com técnicas internacionais. Para mim foi uma das melhores refeições da viagem.
A casa super moderna possui amplas janelas com vista para a água, tornando a proximidade com a natureza um fator relevante na experiência. No interior, a “mesa do chef” é um dos melhores lugares para assistir ao baile da cozinha, onde está disponível um menu degustação para almoço e jantar por 3.250 coroas suecas (cerca de R$ 1.784).
A refeição pode começar com um canapé de crosta de endro recheado com lagostim e cebola em conserva. Também podem aparecer truta ártica defumada com chanterelle e feijão com tuille de cogumelos e peito de codorna com alho-poró crocante. Um cardápio mais curto e pré-fixado também é servido no almoço de quinta e sexta por 1.850 coroas (cerca de R$ 1 mil).
Perto do Mercado Municipal de Östermalm fica o Ekstedtcom uma estrela e pilotado pelo chef Nikolas Ekstedt. Ele nos faz uma pergunta: como era feita a antiga culinária sueca? A resposta está no fogo. “Queríamos abrir um restaurante dedicado às técnicas culinárias escandinavas”, conta-me o chef, que utiliza antigas técnicas escandinavas para preparar comida contemporânea com ingredientes sazonais.
O primeiro prato que experimentei foi uma vieira cozida diretamente no carvão, sem panelas. A vieira norueguesa foi colhida manualmente e o carvão sueco não contém produtos químicos e queima lentamente. A ideia é caramelizar a vieira por fora para que o meio ainda fique cru. “Uma das grandes coisas que descobri quando comecei a trabalhar com ingredientes escandinavos é que não usávamos o fogo como grelha. Usamos alta temperatura, rápido. Assim selamos e atendemos muito rapidamente”, afirma Nikolas.
Outro prato interessante é a ostra cozida na gordura da carne. “Antigamente, na Escandinávia, não comíamos ostras cruas, mas cozidas, e cozinhávamos no espeto. Enquanto assávamos a carne, cozinhávamos as ostras”, explica o chef. Definitivamente uma experiência interessante, o local serve menu fixo por 2.600 coroas (cerca de R$ 1.427).
O único três estrelas Michelin em toda a Suécia é o Franzenem Gamla Stan, o centro antigo. O chef Björn Frantzén está por trás do empreendimento, que se espalha por 23 lugares, três andares e 521 m². Chegam à nossa mesa pratos que misturam a cozinha nórdica com técnicas clássicas e modernas. Combinações com peixes, frutos do mar e temperos ficam para lá de apetitosas e o mesmo cardápio fixo com diversas etapas é servido no almoço e no jantar por 4.800 coroas suecas (cerca de R$ 2.636).
Mais dicas sobre onde comer:
- italiano:O Restaurante Paganiniem Gamla Stan, serve massas desde 1995. Aqui estão na mesa os tradicionais rigatoni, carbonara, risoto de cogumelos, além de burrata, carpaccio e bruschetta, pratos servidos em ambiente casual com toalhas xadrez;
- Café e almoço no jardim: o restaurante do jardim público Rosendals Trädgårdna ilha de Djurgården, onde está localizada a maioria dos museus, é uma opção para almoço, sanduíches e doces sazonais. São utilizados vegetais biodinâmicos de produção própria e pães artesanais, todos servidos dentro da estufa ou no pomar. Há também opções de vinhos, cervejas e limonadas;
- Bistrô moderno:O Matbarenno Grand Hôtel, é um bistrô moderno da seleção Bib Gourmand do Guia Michelin. Liderado pelo chef Mathias Dahlgrenos pratos são de tamanho médio e beneficiam de ingredientes sazonais que resultam em sabores escandinavos – o balcão é ideal para uma vista da cozinha aberta;
- Frutos do mar: inaugurado no século XIX, o Sturehof é uma brasserie clássica com claras influências francesas que se concentra em frutos do mar. Pense em ostras, lagostas, camarões, salmão e tamboril, mas também coelho e entrecôte.
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