Por uma arte do futuro, contra o passado. Com este lema, Semana de Arte Moderna de 1922 mudou os panoramas da arte brasileira, reunindo Mário de Andrade, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e muitos outros artistas que se tornariam símbolos da criação brasileira.
A semana foi realizada às Teatro Municipal de São Paulo, um dos edifícios históricos vinculados ao evento que pode ser visitado. O roteiro modernista na cidade também inclui uma série de museus, que abrigam obras expostas em 1922. Confira as dicas da CNN Viagem & Gastronomia e não deixe de conferir a programação do destino em sites ou redes sociais.
Teatro Municipal de São Paulo
Inaugurado em 1911, o teatro tem arquitetura inspirada nas casas de ópera europeias. Os materiais para sua decoração interna também vieram da Europa. Foi construído pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, responsável por diversas edificações que, no início do século XX, buscavam dar um ar de modernidade à cidade, que vivia um período econômico fértil devido à cultura cafeeira.
Uma série de eventos será realizada ao longo de fevereiro para comemorar os cem anos da Semana de Arte Moderna. E também é possível visitar o espaço, que oferece visitas monitoradas diariamente.
Aproveite para fazer um tour pelo Municipal na série de podcasts da CNN sobre a Semana:
“A semana que nunca acabou” durou apenas três dias. O segundo episódio leva o ouvinte a revisitar as 100 obras expostas no saguão do Theatro Municipal de São Paulo e as conferências apresentadas no palco e nas escadas, relembrando as impressões da crítica e da imprensa da época.
Casa Mário de Andrade
O escritor mudou-se para a residência, localizada na Rua Lopes Chaves, na Barra Funda, em 1920 e ali morou até falecer, em 1945. Na verdade, são três casas, onde moraram sua mãe, seu irmão e o próprio Mário de Andrade. .
A maior delas abriga a Casa Mário de Andrade, que guarda alguns objetos do escritor, como o piano onde dava aulas de música para complementar a renda. Lá também acontecem cursos (atualmente remotos devido à pandemia) e exposições.
Casa Guilherme de Almeida
Localizada no bairro de Perdizes, a casa é dedicada à memória do poeta que desde o início esteve ligado ao grupo que realizaria a Semana de Arte Moderna. Lá ele viveu por mais de trinta anos, até sua morte em 1979.
O acervo é formado por obras de arte ligadas ao modernismo, doadas a Guilherme de Almeida por artistas como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Emiliano Di Cavalcanti, Lasar Segall e Victor Brecheret (sua escultura Soror Dolorosa, de 1920, está exposta durante a semana de 1922).
Museu Lasar Segall
O artista lituano que morou no Brasil não participou da Semana de Arte Moderna. Mas suas obras, expostas no país pela primeira vez na década de 1910, tocaram os modernistas pela forma como incorporaram inovações das vanguardas europeias.
No Museu é possível ver as criações do artista, doadas pelos seus filhos e netos, bem como exposições dedicadas à arte contemporânea. A programação inclui ainda sessões de cinema e diversos cursos de arte.
Museu de Arte de São Paulo (Masp)
O acervo do museu conta com algumas obras marcantes de artistas ligados à Semana de Arte Moderna, como o quadro “O Estudante”, de Anita Malfatti. Obras do artista também podem ser vistas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Além de peças do seu acervo permanente, o museu também realiza exposições temporárias dedicadas a artistas e temas contemporâneos.
Museu de Arte Contemporânea da USP
Obras de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e John Graz podem ser vistas nas exposições permanentes do museu. Há também criações de Cândido Portinari, destaque da chamada segunda geração modernista.
A coleção também oferece a oportunidade de conhecer a produção contemporânea e as consequências do trabalho das vanguardas do início do século XX na criação de artistas de todo o mundo.
Pinacoteca do Estado de São Paulo
Com um dos principais acervos de arte brasileira do país, a Pinacoteca expõe, por ocasião das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna, 134 obras de artistas ligados ao modernismo.
Um dos destaques é a estátua Cabeça de Mulher, de Victor Brecheret, exposta no Theatro Municipal em 1922.
Centro Cultural Fiesp
A exposição “Era uma vez Modernismo” apresenta cerca de quatrocentas peças, entre pinturas, desenhos e documentos vinculados à Semana de Arte Moderna.
Destacam-se obras de Tarsila do Amaral e Anita Malfatti, além de cartas trocadas entre elas e Mário de Andrade e entre o escritor e o poeta Manuel Bandeira.
Museu Afro Brasil
A partir do dia 25 de fevereiro, o Museu Afro Brasil, no Parque Ibirapuera, exibirá a exposição “Esse Extraordinário Mário de Andrade”.
Com curadoria de Emanuel Araújo, a exposição tem como objetivo mostrar as contribuições de Mário de Andrade para a cultura brasileira, com destaque para as viagens que realizou para investigar o folclore do país.
Sala São Paulo
Ao longo de toda a temporada 2022, a sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo recebe uma série dedicada à interpretação de obras de Heitor Villa-Lobos.
Os concertos também apresentam peças de compositores brasileiros influenciados pelas ideias da semana, em diálogo com criações de autores que, na Europa e nos Estados Unidos, realizaram experiências de vanguarda.
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