O cometa C/2023 A3 (Tsuchinschan-ATLAS), que atinge seu ponto mais próximo do Sol nesta sexta-feira (27), recebeu o apelido “cometa do século”. O termo passou a ser usado após previsões iniciais apontarem para seu alto potencial de brilhar no céu noturno.
O valor que o brilho máximo do cometa pode atingir ainda é incerto, como explica Rodolfo Langhi, coordenador do Observatório Didático de Astronomia da Unesp: “Os cometas são estrelas até certo ponto imprevisíveis”.
Por esta razão, os astrónomos estão um pouco relutantes em assumir que o C/2023 A3 será, de facto, o “cometa do século”.
“Colocamos entre aspas, certo? É um cometa muito brilhante, é um cometa mais brilhante que os outros que vieram antes dele. No entanto, é um pouco arriscado chamá-lo de ‘cometa do século’, porque neste século podem aparecer outros cometas mais brilhantes que este”, disse Langhi.
As previsões iniciais sobre o corpo celeste indicavam que ele poderia brilhar mais que o planeta Vênus no céu, mas dados recentes indicam que é improvável que o cometa atinja todo o seu potencial — embora ainda possa ser visto a olho nu durante as primeiras horas de hoje. pela manhã.
Como observar o “cometa do século”?
O cometa já é visível a olho nu do Brasil, mas conseguir observá-lo ainda pode ser um pouco difícil nesta última semana de setembro, pois está muito próximo do Sol.
Para conseguir encontrá-lo no céu, o observador precisa estar em um local distante da cidade, com o horizonte leste totalmente desobstruído. OC/2023 A3 aparece muito próximo da linha do horizonte em direção ao leste, pouco antes do nascer do sol, próximo à constelação do Sextante.
“Por volta das 4h30 da manhã, quem olhar para o horizonte leste, onde o Sol nasce, antes do céu começar a clarear, poderá notar uma mancha tênue, esse é o cometa”, explicou Rodolfo Langhi.
O astrônomo destacou que, mesmo que a estrela seja possível de ser vista a olho nu, isso depende muito das condições do local onde o observador estará. O maior desafio é encontrar um ponto de observação de onde seja possível ver a linha do horizonte livre de prédios, construções ou montanhas em direção ao leste. A poluição, as luzes da cidade ou a presença de nuvens também podem atrapalhar.
O cometa deverá ficar visível por um curto período após o nascer do sol, iluminando o céu e ofuscando-o.
Qual é a melhor hora para ver o cometa?
A dica de Langhi é começar a prestar atenção no céu a partir de agora e continuar tentando localizar o corpo celeste até meados do mês que vem. O início de outubro pode ser a melhor época para observá-lo.
Segundo ele, há quase uma relação de troca: à medida que o cometa se afasta do Sol e se aproxima da Terra, ele começa a aparecer mais alto no horizonte, mas também começa a diminuir a intensidade de seu brilho.
Deve permanecer visível no céu desta semana até o final de outubro. O uso de binóculos ou telescópio pode facilitar a observação.
Rodolfo Langhi ressalta ainda que, mesmo que o cometa não seja visível a olho nu, a câmera do celular no modo noturno pode conseguir capturá-lo.
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