Autoridades e cientistas representantes dos membros do G20 finalizaram um documento com recomendações aos líderes do bloco nesta terça-feira (2), data que marcou o último dia da Cúpula Ciência20 (S20), realizada no Rio de Janeiro. Um dos destaques foi a defesa de regulamentações sobre o uso da inteligência artificial (IA) e a criação de políticas que garantam o equilíbrio entre inovação, segurança no emprego e direitos dos trabalhadores.
Além da IA, outros quatro eixos temáticos fazem parte do documento final: bioeconomia, processo de transição energética, desafios sanitários e justiça social. O evento, que teve como lema “Ciência para a transformação do mundo”, foi liderado por Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Ela destacou a importância de o Brasil estar na vanguarda do processo e buscar reduzir as desigualdades entre os ocupantes do G20.
“O Norte Global não está preocupado, não está a olhar como deveria para as necessidades do Sul Global. O G20 pode ajudar a mudar esta situação. O Brasil ocupa posição de liderança e pode fazer mudanças dentro do grupo. E com isso, pressão para garantir os engajamentos sociais que a área de ciência e tecnologia busca”, disse Helena Nader.
“Tivemos aqui uma participação muito significativa da China, bem como da África do Sul. Isso facilitou uma maior convergência.”
Em termos de inteligência artificial, as principais recomendações do S20 foram:
- criar políticas numa economia impulsionada pela IA para garantir a segurança no emprego e os direitos dos trabalhadores. Estas políticas devem ser flexíveis e adaptáveis e fundamentadas em princípios éticos partilhados, que garantirão a inovação e reduzirão simultaneamente os riscos sociais;
- contribuir para estabelecer regulamentos de IA e padrões de governação de dados que beneficiem todos os países de forma justa e defendam os valores humanos;
- trabalhar juntos para criar e compartilhar grandes conjuntos de dados científicos valiosos e bem selecionados, respeitando a governança de dados.
No tema da bioeconomia, a recomendação é que os países do G20 cheguem a um consenso sobre o papel da bioeconomia como uma das estratégias para enfrentar as alterações climáticas, a perda de biodiversidade, a pobreza e a saúde humana e não humana.
Na transição energética, o documento diz que os esforços gerais para reduzir as emissões no processo de transição energética devem basear-se no aumento da utilização de fontes de energia de baixas emissões. Isto inclui a energia nuclear e renovável, numa combinação que varia de um país para outro, avançando no sentido da eliminação progressiva do carvão.
A captura, utilização e armazenamento de carbono, juntamente com abordagens baseadas no mercado, como a fixação de preços de carbono à escala global, devem ser utilizadas para minimizar as emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis à medida que nos afastamos destas fontes em direcção a um futuro energético de baixas emissões.
No eixo dos desafios de saúde:
- garantir o acesso global a vacinas, medicamentos e ferramentas de diagnóstico essenciais para todos. Promover a produção local e regional sustentável através do desenvolvimento de capacidades em investigação, inovação, partilha de conhecimento e transferência de tecnologia;
- promover estratégias de comunicação eficazes para divulgar informações sobre saúde, combater a desinformação e realizar campanhas de saúde;
- alavancar recursos globais focados nos impactos das mudanças climáticas e ambientais na saúde, com foco em grupos com vulnerabilidades conhecidas, como aqueles expostos a eventos climáticos extremos.
No que diz respeito à justiça social:
- expandir a infraestrutura para acesso universal à Internet;
- aumentar a literacia digital para garantir que todos os segmentos da sociedade beneficiem dos avanços digitais;
- formular abordagens inclusivas e equitativas para o desenvolvimento digital;
- abordar a desinformação relacionada com a ciência nos meios digitais para evitar impactos adversos na sociedade, ao mesmo tempo que desenvolve estratégias nacionais, regionais e globais que envolvam as comunidades científicas e a sociedade civil.
Cimeira S20
Representantes das Academias de Ciências da África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, Índia, Indonésia, Itália, México, Reino Unido, Turquia e Europa Academia, representando a União Europeia.
O S20 contou com apoio financeiro da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Criado em 2017, atua como grupo de engajamento do G20 para a área de ciência e tecnologia. Os debates acontecem todos os anos e são sempre coordenados pela academia de ciências do país, que preside o G20. As reuniões anteriores foram organizadas pela Alemanha (2017), Argentina (2018), Japão (2019), Arábia Saudita (2020), Itália (2021), Indonésia (2022) e Índia (2023).
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