A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite de 2024 acontecerá entre 27 de maio e 14 de junho por todo o país. O movimento visa conter o risco de reintrodução da doença no território brasileiro.
A poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos através do contato direto com fezes ou secreções de pessoas infectadas. Em casos graves, pode causar paralisia infantil. A vacina contra poliomielite e a a única maneira de prevenir a doença e a cobertura vacinal vem apresentando resultados abaixo da meta (95%) desde 2016, segundo o Ministério da Saúde.
A seguir, entenda como funciona a vacina contra a poliomielite e como é realizado o calendário de imunização atual.
Tipos de vacina contra poliomielite
Existem dois tipos de vacina contra a poliomielite: VOP (Vacina Oral contra a Poliomielite), que contém o vírus enfraquecido e é administrada em gotículas, e a VIP (Vacina Inativada contra Poliomielite), que contém o vírus inativado (morto) e é administrada por via intramuscular.
Em julho do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou que substituirá gradativamente o VOP pelo VIP a partir de 2024. A decisão foi tomada após discussão e aprovação da CTAI (Câmara Consultiva Técnica de Imunização), que considerou evidências científicas recentes para proteção contra doenças.
Como é feito o esquema de doses atualmente e como será feito após a transição?
Até que a transição do VOP para o VIP seja concluída — a previsão é que isso aconteça no segundo semestre de 2024 —, o calendário vacinal é realizado da seguinte forma, segundo o PNI (Programa Nacional de Imunizações):
- Vacina VIP: três doses no primeiro ano de vida (aos 2, 4 e 6 meses);
- Vacina OPV: doses de reforço aos 15 meses e 4 anos, além de campanhas de vacinação para crianças de 1 a 4 anos.
Após a transição, o Vacina VIP será usada exclusivamente para imunização contra poliomielite. Com isso, o reforço contra poliomielite não será mais administrado aos 4 anos. Dessa forma, o esquema oferecido pelo PNI será de três doses (aos 2, 4 e 6 meses) e apenas um reforço aos 15 meses de idade, com VIP.
Apesar do fim do uso da OPV, Zé Gotinha, símbolo da imunização infantil, continuará participando de campanhas governamentais.
Precauções de vacinação
De acordo com as recomendações da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), a vacinação com qualquer uma das vacinas não deve ser realizado em crianças com febre moderada a alta (acima de 38ºC). A orientação é adiar a imunização até que o quadro clínico melhore.
Qualquer sintoma grave ou inesperado após a vacinação deve ser comunicado ao serviço que administrou a vacina. No caso da vacina OPV, se houver diarreia ou vômito, o recomendação é adiar vacinação ou repita a dose após quatro semanas. Também é aconselhável interromper a amamentação uma hora antes e depois da administração da vacina.
Quais são as contra-indicações?
A OPV é contraindicada para gestantes, pessoas que sofreram anafilaxia após uso de componentes da fórmula (antibióticos neomicina, polimixina e estreptomicina), pessoas que desenvolveram poliomielite vacinal após dose anterior, pessoas com deficiências no sistema imunológico, pessoas com HIV e pessoas que vivem com imunossuprimidos. pessoas.
O VIP só é contraindicado para quem tem histórico de anafilaxia à dose anterior da vacina ou a algum de seus componentes.
A vacina contra a poliomielite causa efeitos colaterais?
A vacina OPV, por conter o vírus vivo, embora enfraquecido, pode causar efeitos colaterais adversos, como:
- Poliomielite associada à vacina: quando o vírus da vacina consegue causar poliomielite na pessoa vacinada ou em quem convive com ela. Isso pode acontecer quatro a 40 dias após a vacinação. A taxa de incidência é de um caso para cada 3,2 milhões de doses aplicadas, segundo a SBIm;
- Meningite e encefalite assépticas: é um efeito colateral considerado muito raro e de maior risco para crianças imunodeficientes;
- Reações alérgicas: são raros e estão relacionados aos componentes da vacina;
- Poliomielite derivada de vacina: ocorre devido à instabilidade genética do vírus vacinal ou devido à combinação do material genético do vírus vacinal com outros vírus que vivem no intestino. Até o final de 2013, nenhum VDPV havia sido identificado no Brasil.
No caso da VIP, os efeitos adversos podem incluir leve eritema (reação inflamatória) no local onde a vacina foi aplicada, endurecimento da região e dor leve. Os casos de febre após a vacinação são raros.
Onde encontrar a vacina contra a poliomielite?
As vacinas contra a poliomielite podem ser encontradas nas Unidades Básicas de Saúde e nos serviços privados de imunização.
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