Em algum momento da sua vida, você provavelmente já sentiu dor na região lombar, no quadril ou em uma articulação. Apesar de ser um sintoma comum, é preciso estar atento e procurar ajuda médica quando a dor é persistente ou impacta na qualidade de vida. Afinal, atrasar a procura de tratamento pode piorar um quadro que seria mais brando se diagnosticado e tratado precocemente.
Quem dá o alerta é o Dr. Roberto Kalil e os médicos Giancarlo Polesello, ortopedista especialista em quadril, e Francisco Sampaio, neurocirurgião, especialista em coluna. Os dois são convidados de “Sinais vitais da CNN – dr. Entrevista com Kalil”neste sábado (4), para falar sobre mobilidade.
Mas, afinal, o que é mobilidade, neste conceito? “É a capacidade do ser humano de se movimentar de forma funcional e indolor. Subir escadas, sentar, levantar, correr e sem dor durante toda a vida”, explica Polesello.
Quando sentimos dores ao nos movimentar, é comum dizermos que fizemos algo “ruim” ao músculo. No entanto, os especialistas explicam que a dor é um sintoma importante a ser investigado. “Costumamos dizer aos pacientes que não existe jeito ruim”, diz Sampaio. “A contratura muscular e a dor são sempre uma reação a um problema. É o corpo avisando que algo está errado e impondo um certo limite para evitar que maiores danos aconteçam”, completa.
O neurocirurgião explica ainda que, mesmo quem não sente dores nas costas ou nas articulações há algum tempo, deve ter acompanhamento médico. “Quem teve dor há dez anos está adaptado ao problema, mas tem a doença”, afirma.
Dor no quadril é comum e deve ser tratada
Cerca de 80% da população mundial já teve, tem ou terá dores nas costas. No entanto, este não é o único impedimento à mobilidade do corpo. O quadril também tem uma grande importância, por vezes subestimada.
“É pelo quadril que passam todas as cargas, tanto longitudinal quanto transversalmente. É onde todas as cargas e forças passam por grupos musculares muito fortes. Esses grupos estão sujeitos a lesões, inclusive porque exercem força ao longo da vida para manter o indivíduo em pé. Então o quadril é o centro biomecânico do corpo”, afirma Polesello.
Durante o programa, os especialistas também listam os principais fatores de risco para problemas de mobilidade, como sedentarismo, má postura e excesso de peso. “O corpo humano não foi feito para ficar sentado 12 horas por dia”, diz Sampaio.
Segundo ele, há dados que mostram que quando o indivíduo está deitado, a pressão nos discos intervertebrais da coluna é de 25, enquanto em pé é de 100. Mas quando estamos sentados, a pressão pode variar de 180 a 250.” E o que acontece com qualquer sistema mecânico que receba mais carga do que foi projetado para receber? Ele vai envelhecer antes do que deveria”, acrescenta.
Os especialistas ressaltam ainda que a preocupação não se limita aos adultos. “As crianças hoje não desenvolvem mais o esqueleto, as articulações e os músculos. Eles ficam o dia todo sentados no sofá, em uma cadeira, assistindo televisão, usando smartphones, computadores, videogames… Aquelas brincadeiras saudáveis de antigamente, que proporcionavam um bom desenvolvimento musculoesquelético e articular ao nosso organismo, não existem mais”, explica o neurocirurgião.
Por isso, os especialistas defendem que mudar desde cedo é essencial. Além disso, ao primeiro sinal de dor, procure atendimento médico.
“CNN Sinais Vitais – Entrevista com Dr. Kalil” vai ao ar no sábado, 4 de maio, às 19h30, na CNN Brasil.
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