Duas pessoas morreram no estado da Bahia em decorrência de botulismoum doença grave causada pela ingestão de alimentos contaminados. Segundo a Secretaria de Saúde, só neste ano foram confirmados seis casos da infecção e, destes, três pacientes permanecem internados e um recebeu alta.
O botulismo é uma doença rara e não contagioso de uma pessoa para outra. É causada pela ação de uma toxina produzida por bactéria Clostridium botulinum (C. botulínica)que pode ser encontrado em alimentos contaminados que não tenham produção e/ou conservação adequada.
Além disso, o microrganismo pode entrar no corpo através de através de lesões na pele.
Segundo o Ministério da Saúde, Todas as formas de botulismo podem levar à morte se não forem tratadas adequadamente e, portanto, os casos são considerados emergências médicas e de saúde pública. Isso acontece porque a bactéria causadora do botulismo produz uma toxina que, mesmo ingerida em pequenas quantidades, pode causar intoxicações graves em questão de horas.
Como o botulismo é transmitido?
A principal forma de transmissão da doença é a contaminação alimentar. Isso envolve a ingestão de toxinas presentes em alimentos contaminados. Segundo a pasta, os alimentos mais comuns envolvidos na contaminação são:
- Conversas sobre vegetais (como palmito, picles e pequi);
- Produtos de origem animal cozidos, curados ou fumados (como enchidos, presunto e “carnes enlatadas”);
- Peixe fumado, salgado e fermentado;
- Queijos e pastas de queijo;
- Alimentos enlatados industrializados (porém, são raros os casos relacionados ao consumo desses alimentos, segundo o Ministério da Saúde).
Nesse caso, o período de incubação (tempo entre o consumo e o início dos sintomas) pode variar de 2 horas a 10 dias, com média de 12 a 36 horas.
No entanto, existem outras formas de transmissão da bactéria que causa o botulismo. Eles são:
- Botulismo intestinal: os esporos contidos em alimentos contaminados podem se multiplicar no intestino, onde ocorre a produção e absorção da toxina. Entre os fatores de risco em adultos estão cirurgia intestinal, doença de Crohn e/ou uso prolongado de antibióticos. O tempo de incubação não é conhecido;
- Botulismo de feridas: uma das formas mais raras de botulismo e é causada pela contaminação de feridas pela bactéria. As principais portas de entrada são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, esmagamentos de membros, feridas em áreas profundas com pouca vascularização ou mesmo feridas causadas por agulhas. O período de incubação varia de 4 a 21 dias, com média de 7 dias;
- Botulismo infantil: é a forma mais comum de ocorrência intestinal em crianças entre 3 e 26 semanas de idade. A principal causa, segundo a Saúde, é o consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Segundo a pasta, essa forma da doença pode ser responsável por 5% dos casos de morte súbita em bebês.
Sintomas de botulismo
Os sintomas mais comuns do botulismo incluem:
- Dores de cabeça;
- Vertigem;
- Tontura;
- Diarréia ou prisão de ventre;
- Náuseas e vômitos;
- Visão turva ou dupla;
- Dificuldade em respirar;
- Envolvimento dos nervos cranianos;
- Paralisia dos músculos respiratórios, braços e pernas.
Os sintomas podem variar de acordo com o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou ferida), podendo apresentar sintomas comuns ou específicos. Por exemplo, no botulismo por feridas, a febre é comum, mas os sintomas gastrointestinais não são comuns (mais comuns nos tipos alimentar e intestinal). Em alguns casos, os sintomas podem ser leves, dificultando o diagnóstico.
Complicações relacionadas ao botulismo
A toxina botulínica, liberada pela bactéria causadora do botulismo, afeta o sistema motor e, portanto, pode levar a graves complicações de saúde. É o caso da dificuldade para falar, dificuldade para engolir, fraqueza e cansaço, pneumonia aspirativa e problemas do sistema nervoso em geral. Além disso, pode levar à insuficiência respiratória, que geralmente é a principal causa de morte por botulismo.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
A identificação do botulismo é feita por meio de exame físico realizado por um médico e análise dos sintomas. Durante a consulta, o profissional poderá solicitar exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para confirmar o diagnóstico.
A doença é então tratada, que se baseia em medidas de suporte — como uso de medicamentos para aliviar os sintomas e monitoramento cardiorrespiratório — e medidas específicas, como uso de soro antibotulínico e antibióticos para eliminar a toxina circulante no organismo. O soro é fornecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante notificação do caso suspeito em formulário específico.
Como prevenir o botulismo?
Segundo o Ministério da Saúde, a prevenção inclui cuidados com o preparo, consumo, distribuição e venda de alimentos, além da higiene das mãos e dos alimentos. A pasta também lista as seguintes orientações para prevenção do botulismo:
- Não consumir alimentos conservados que estejam em latas recheadas, vidros embaçados, embalagens danificadas ou vencidas ou com alterações de cheiro e aparência;
- Na preparação de conservas caseiras é fundamental seguir rigorosamente os cuidados de higiene e armazenamento e certificar-se de que estas medidas foram adotadas pelo estabelecimento/vendedor que preparou os alimentos;
- Evitar que crianças menores de 2 anos consumam mel de abelha, pois existe o risco de conter esporos da bactéria do botulismo;
- Aqueça os alimentos cozinhando durante 10 minutos a uma temperatura superior a 80 ºC para eliminar as toxinas do botulismo.
Mais de 3.000 toxinas provenientes da fabricação de alimentos contaminam o corpo
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