Para o DII (doenças inflamatórias intestinais) afetam mais de cinco milhões de pessoas em todo o mundo e 100 em cada 100 mil brasileiros sofrem de um desses problemas de saúde, segundo a SBCP (Sociedade Brasileira de Coloproctologia). Para promover a conscientização sobre o assunto, a campanha foi criada Maio Roxo com o objetivo de conscientizar sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
As DII são uma conjunto de doenças inflamatórias que afetam o trato digestivosendo os principais os Doença de Crohn e a colite ulcerativa. “A doença de Crohn pode afetar qualquer parte do aparelho digestivo, da boca ao ânus”, explica o gastroenterologista Guilherme Berenhauser Leite. “A colite ulcerativa afeta principalmente o cólon e o reto”, explica.
A causa exata das doenças inflamatórias intestinais ainda não é conhecida, mas existem aspectos comuns que podem ser fatores no desenvolvimento dessas condições. Por exemplo, há evidências de que bactérias intestinais normais podem desencadear uma reação imunológica inadequada em pessoas com predisposição genética.
Quais são os sintomas das doenças inflamatórias intestinais?
Apesar de serem doenças distintas, A doença de Crohn e a colite ulcerosa têm sintomas em comum, conforme explica Maira Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. “Normalmente, ambos causam dor, distensão e desconforto abdominal, geralmente acompanhados de diarreia e muitas vezes com sangue, principalmente se o intestino grosso for afetado”, afirma.
Como consequência desta situação, a perda de peso é comum. “É uma doença que consome muita energia do paciente, então ele acaba perdendo peso”, afirma o especialista. Em casos mais graves, a DII pode causar complicações mais graves, como fístulas [uma ligação anormal entre ânus e reto]abscessos e estreitamento do canal retal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais é feito com base na avaliação dos sintomas e na história clínica. Além disso, diversos exames podem ajudar a identificar a doença que está causando a inflamação, como exames de imagem (ultrassom abdominal e tomografia computadorizada), colonoscopia, exames laboratoriais de sangue e biópsias.
“O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais é um quebra-cabeça, raramente um único exame diagnostica o quadro”, acrescenta Marzinotto. “A colonoscopia é uma peça fundamental que, quando alterada, acaba ajudando a finalizar o diagnóstico. Mas podem ser necessários muitos outros exames, como exames de fezes, para ver se há inflamação no trato digestivo, endoscopia, para analisar se há comprometimento do estômago e do esôfago, o que é mais raro”, acrescenta.
As doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas podem ser tratadas
Segundo especialistas consultados pelo CNNpara o Doenças inflamatórias intestinais não têm cura, mas o tratamento pode controlar os sintomas. “O tratamento pode incluir medicamentos para reduzir a inflamação, suplementos nutricionais e, em casos mais graves, cirurgia”, afirma Berenhauser Leite.
Porém, a retirada do intestino grosso por procedimento cirúrgico está indicada nos casos em que o tratamento medicamentoso não dá respostas. “Só em casos raros é necessário submeter o paciente à retirada de intestino”, reforça Marzinotto.
Além disso, os especialistas afirmam que é difícil conseguir a remissão absoluta das doenças. “Os pacientes podem passar por períodos de remissão, em que os sintomas diminuem ou desaparecem completamente, seguidos de períodos de recaída, em que os sintomas pioram e necessitam de tratamento intensivo”, diz Berenhauser Leite.
Doenças inflamatórias intestinais podem evoluir para câncer
Seguir o tratamento correto é fundamental para evitar complicações de saúde. Os mais comuns são os já citados, como fístulas, abscessos e estenoses. No entanto, os casos em que o intestino grosso é mais afetado pela inflamação pode aumentar o risco de desenvolver câncer de intestino.
“Portanto, pacientes com colite ou doença de Crohn com acometimento do intestino grosso devem sempre fazer acompanhamento e realizar colonoscopia periodicamente para que esse risco seja o menor possível”, orienta Marzinotto.
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