Um medicamento chamado ubrogepant pode ser eficaz na prevenção enxaqueca antes que a dor de cabeça realmente comece, reduzindo ou eliminando os sintomas e ajudando os pacientes a continuarem com suas atividades diárias. A descoberta vem de um novo estudo publicado no dia 28 na revista médica Neurology, da Academia Americana de Neurologia.
O Ubrogepant é um medicamento que inibe o CGRP, proteína que desempenha um papel importante no processo da enxaqueca. O trabalho se concentrou em pessoas com enxaqueca que conseguem distinguir os primeiros sinais de uma crise, como sensibilidade à luz e ao som, dor ou rigidez no pescoço, tontura ou fadiga.
O estudar envolveu 518 participantes que tiveram enxaquecas durante pelo menos um ano e tiveram de dois a oito ataques de dor por mês durante um período de três meses que antecedeu o estudo. Todos apresentavam sinais de que uma enxaqueca começaria nas próximas horas, antes de realmente terem um ataque.
Os pesquisadores pediram aos participantes que tratassem duas crises de enxaqueca em um período de dois meses. Para isso, dividiram-nos em dois grupos: um que recebeu placebo no primeiro ataque e 100 mg de ubrogepant no segundo; e outro que tomou o remédio para a primeira crise e placebo para a segunda.
Durante o tratamento, os participantes avaliaram o impacto da enxaqueca nas suas atividades diárias, utilizando uma escala que varia de 0 (sem impacto) a 5 (impacto extremo). Nas 24 horas após o uso do medicamento ou placebo, 65% das pessoas que tomaram ubrogepant relataram nenhum ou “pouco impacto” causado pela dor de cabeça. Em comparação, 48% que tomaram placebo fizeram a mesma avaliação.
Além disso, os pesquisadores descobriram que duas horas depois de tomar a medicação, as pessoas que tomaram a medicação tinham 73% mais probabilidade de relatar que “não tinham limitações, [eram] capaz de funcionar normalmente” do que aqueles que tomaram o placebo.
“Com base em nossas descobertas, o tratamento com ubrogepant pode permitir que pessoas com enxaqueca que apresentam sinais de alerta precoce antes da ocorrência da enxaqueca tratem rapidamente os ataques de enxaqueca em seus estágios iniciais e sigam suas vidas diárias com pouco desconforto e perturbação.” , diz Richard B. Lipton, do Albert Einstein College of Medicine, no Bronx, Nova York, membro da Academia Americana de Neurologia e autor do estudo. “Isso pode levar a uma melhor qualidade de vida para quem vive com enxaqueca.”
Segundo os autores, as conclusões do estudo aplicam-se a pessoas com enxaqueca que apresentam sinais de alerta confiáveis para ataques e que conseguem identificar esses sinais. O estudo apresenta limitações, como o fato dos participantes registrarem seus sintomas e uso de medicamentos em diários eletrônicos, possibilitando que algumas pessoas não registrassem todas as informações com precisão. Portanto, mais estudos são necessários para validar os achados.
Enxaqueca: estudo sugere que “apagão cerebral” pode ser a causa
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