Um novo estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que 80% das carnes vegetais disponíveis no mercado brasileiro apresentam alta qualidade nutricional. A análise também constatou que os benefícios oferecidos por esses produtos superam a maioria das opções tradicionais de origem animal.
A pesquisa, publicada na revista científica Pesquisa atual em ciência de alimentosrevela uma nova perspectiva sobre o consumo de produtos de origem vegetal. Os investigadores analisaram os rótulos de 349 produtos vegetais análogos à carne, comparando-os com os rótulos de 352 carnes de origem animal, utilizando uma série de indicadores nutricionais amplamente reconhecidos.
Dentre as metodologias aplicadas, destaca-se o Nutri-Score, que avalia a qualidade nutricional dos alimentos a partir de um sistema de pontuação; a classificação NOVA, que categoriza os alimentos de acordo com o grau de processamento, e o Perfil Nutricional da ANVISA (RDC 429/2020 – Ampliador), que considera parâmetros como calorias, gorduras, açúcares e sódio.
Segundo o estudo, 80% dos produtos de origem vegetal foram classificados como de boa qualidade pelo Nutri-Score, em contraste com apenas 19% dos produtos de origem animal. Estes dados mostram que as carnes vegetais muitas vezes superam os produtos de origem animal em termos de valor nutricional.
“A maioria dos produtos vegetais análogos à carne avaliados tem um perfil nutricional que não só atende, mas também supera as expectativas em termos de saúde pública”, afirma Veridiana Vera de Rosso, do Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS/Unifesp), líder da pesquisa. “Isto é especialmente relevante numa altura em que as dietas à base de plantas estão a ganhar popularidade pelos seus benefícios para a saúde e menor impacto ambiental.”
Carne vegetal é ultraprocessada, mas contém boa composição nutricional, segundo estudo
De acordo com a classificação NOVA, os produtos vegetais foram considerados ultraprocessados. Porém, a pesquisa destaca que o grau de processamento não implica necessariamente baixa qualidade nutricional.
“O termo ‘ultraprocessado’ muitas vezes carrega uma conotação negativa, mas nosso estudo demonstra que, no caso dos análogos da carne, o processamento pode resultar em produtos com excelentes qualidades nutricionais”, explica Rosso. “Esses alimentos são formulados para fornecer proteínas de alta qualidade, geralmente derivadas de fontes como soja, ervilha e batata, de alta biodisponibilidade e grande valor biológico”, acrescenta.
Outro ponto observado pelo estudo é a composição nutricional dos produtos vegetais: eles demonstraram apresentar menores teores de gordura saturada e sódio, dois componentes associados ao risco de doenças cardiovasculares. Além disso, esses produtos possuem maior teor de fibra alimentar, essencial para o bom funcionamento do intestino e prevenção de doenças crônicas.
Estudo pode ajudar a regular a indústria alimentar
Na visão de Rosso, os resultados do estudo podem auxiliar na formulação de políticas públicas e na regulação da indústria alimentícia.
“A regulamentação específica para produtos vegetais semelhantes à carne é essencial para garantir que os consumidores tenham acesso a alimentos que não sejam apenas sustentáveis, mas também nutritivos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ao incluir esse tema em sua Agenda Regulatória 2024-25, está dando um passo importante no sentido de estabelecer padrões que possam orientar tanto a produção quanto o consumo desses alimentos”, afirma o professor.
O professor acredita ainda que os resultados do estudo podem oferecer insights para a indústria alimentícia desenvolver análogos de carne “que não apenas imitem o sabor e a textura dos produtos cárneos, mas que também superem as expectativas em termos de qualidade nutricional”. “Isso é vital para aumentar a aceitação do consumidor e promover uma alimentação mais saudável em maior escala”, diz ela.
Além disso, os resultados também podem ajudar os consumidores a fazer escolhas alimentares mais saudáveis.
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