A Polícia Científica afirmou que todos os passageiros da queda do avião Voepass — que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, na última sexta-feira (9) — morreram de politrauma. A informação foi divulgada em entrevista coletiva nesta segunda-feira (12).
Segundo a Orthopaedic Trauma Society, o politrauma é caracterizado por múltiplas lesões causadas ao corpo por forças externas, de natureza física ou química. É o caso de impactos e queimaduras em alta velocidade.
Segundo a entidade, para que um paciente seja considerado politraumatizado é necessário que haja duas ou mais lesões graves em pelo menos dois sistemas do corpo, com consequências fisiológicas em uma ou mais partes do corpo.
“Tecnicamente, o nome correto seria trauma multissistêmico, o que pressupõe que temos pelo menos dois segmentos afetados. Por exemplo, traumatismo cranioencefálico associado a trauma torácico ou fraturas de membros”, explica Milton Steinman, cirurgião da equipe de Trauma do hospital Albert Einstein, em artigo publicado anteriormente no CNN.
Entre as lesões mais comuns que fazem parte do politrauma estão fraturas ósseas, lesões cerebrais, hemorragias, amputações e lesões na coluna vertebral.
Quais são as causas mais comuns de politrauma?
De acordo com a publicação médica “Fundamentos de Medicina Física e Reabilitação“, as causas mais comuns de politraumatismos são acidentes automobilísticos ou motociclísticos, explosões, quedas e agressões físicas. Normalmente, uma das lesões envolve traumatismo cranioencefálico.
“Normalmente, o politrauma surge de um trauma de alta energia ou alta velocidade. Nas grandes cidades são comuns acidentes causados por atropelamentos de motociclistas ou acidentes de trânsito em alta velocidade”, explica Fernando Baldy dos Reis, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), à CNN.
Como são prestados cuidados e tratamento aos sobreviventes de politrauma?
Reis explica que a mortalidade decorrente do politrauma é alta e, por isso, o paciente deve ser atendido imediatamente no local do acidente e posteriormente transferido para um centro especializado em trauma.
Segundo a Orthopaedic Trauma Society, o atendimento é dividido em duas etapas: a primária, cujo objetivo é salvar a vida do paciente com intervenções imediatas; e secundária, caracterizada pelo tratamento quando o quadro clínico do paciente estiver estável.
Segundo Steinman, “o paciente deve preferencialmente ser internado em um centro de trauma que possua todos os recursos físicos e humanos, além de contar com uma equipe multidisciplinar liderada por um cirurgião de trauma. O prognóstico depende de uma combinação de fatores, em particular, relacionados com a gravidade das lesões e a sua localização.”
*Com informações de Léo Lopes e Victor Locateli, ambos da CNN
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