Sendo capaz de afetar diretamente o bem-estar de um indivíduo, física e mentalmente, o dormir É um aspecto que requer atenção ao longo da vida. Um dos aspectos que pode ajudar a gerar melhorias nesse aspecto da rotina pode ser entender mais sobre o ciclos de sono.
Segundo Lucio Huebra, neurologista e médico do sono da Associação Brasileira do Sono (ABS), o ciclo do sono nada mais é do que “períodos” em que o sono é dividido.
Os adultos iniciam seus “ciclos” com o sono denominado “não-REM superficial (N1)”, que é quando o repouso ainda é “superficial”. Depois, chega-se ao sono “N2”, que corresponde a quase metade do sono total. A pessoa atinge o sono profundo quando atinge o “N3”, e finalmente atinge o sono “REM”. “A cada término da fase do sono REM, definimos que chegamos ao final do ciclo do sono e esse processo é reiniciado”, enfatiza o profissional ao CNN.
Para esclarecer mais sobre o assunto, a profissional falou sobre mitos e verdades que cercam os ciclos do sono. Confira!
Veja 7 Mitos e verdades sobre o ciclo do sono
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É possível calcular o seu sono com base em “ciclos”
Verdadeiro. Na verdade, o sono é organizado em “fases”, que nada mais são do que ciclos de sono. Segundo a profissional, ao longo da noite devemos ter de 4 a 6 ciclos, com duração em torno de 90 a 120 minutos cada.
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É possível saber a hora exata em que você deve acordar para ter mais energia
Mito. Embora realmente existam ciclos de sono, fazer “matemáticas” para saber a hora exata de acordar não é válido. Lucio explica que os ciclos de sono são diferentes ao longo da noite.
“Os ciclos de sono são diferentes ao longo da noite e, na primeira metade do período de descanso, o estágio N3 tende a ser mais longo, enquanto o estágio REM é mais curto. Essa relação se inverte na segunda metade da noite.”
Além disso, o especialista afirma que as diferentes fases do sono apresentam características e funções distintas e um dos fatores que as distingue é a limiar do despertar, ou seja, quão fácil é acordar nessa fase do sono. “As fases REM e, principalmente, N3 apresentam um limiar de despertar elevado, tornando mais difícil acordar nestes períodos”, explica o especialista.
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Dormir menos ciclos do que o recomendado é prejudicial à saúde
Verdadeiro. Quando a necessidade mínima de sono não é respeitada, o indivíduo pode sofrer consequências nefastas a curto e longo prazo.
“No dia seguinte a uma noite de sono insuficiente podemos encontrar sintomas como sonolência diurna, dificuldade de concentração, desatenção, irritabilidade, dor de cabeça e tontura. Com o passar dos anos, a redução das noites de sono traz repercussões ainda mais graves, como aumento do risco cardiovascular, que pode aumentar a possibilidade de infarto ou acidente vascular cerebral, maior propensão à hipertensão, obesidade, diabetes, alterações nos níveis de colesterol, sintomas de ansiedade e sintomas depressivos ou mesmo alterações de memória e desenvolvimento de demência”, diz Lúcio.
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Programar o número ideal de ciclos de sono para 4h ou 5h pode ser benéfico para sua saúde
Mito. Apesar de ter virado “tendência” nas redes sociais, programar o sono para acordar às 5h não é saudável para a qualidade do seu ciclo de sono.
“Encurtar o sono, acordar cedo, mesmo que seja para uma rotina de exercícios físicos, não é um hábito saudável. Assim como o número de horas de sono varia de pessoa para pessoa, os horários de dormir e de acordar também variam. O ideal é observar e reconhecer o seu padrão de sono e respeitar esse horário preferencial do nosso relógio biológico.”
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Os idosos precisam de menos sono do que os mais jovens
Verdadeiro. Os recém-nascidos necessitam de até 17 horas de sono e esse número de horas é reduzido progressivamente ao longo da infância e permanece estável na idade adulta, entre 7 e 9 horas, explica a profissional. “Os idosos, acima de 65 anos, precisam dormir um pouco menos, em média 7 a 8 horas. Além disso, os idosos tendem a adiantar naturalmente o horário de sono, dormindo e acordando mais cedo. Os cochilos diurnos também são mais frequentes nos idosos, às vezes relacionados à má qualidade do sono noturno.”
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As telas são benéficas e ajudam a “adormecer”
Mito. A emissão de luz das telas de celulares, computadores e televisão pode ser prejudicial ao sono.
“Esses aparelhos emitem luz na faixa de frequência azul, o que estimula regiões cerebrais que a reconhecem como um sinal de que ainda é dia e, portanto, devemos ficar acordados. Além disso, o conteúdo presente nesses dispositivos, principalmente as redes sociais no celular, pode ter um efeito excitatório, com conteúdo ilimitado que mantém a pessoa conectada por muito tempo, evitando o relaxamento antes de adormecer”, destaca Lucio Huebra.
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O exercício físico é benéfico para os ciclos do sono
Verdadeiro. A prática regular de exercícios físicos, principalmente exercícios aeróbicos (treinos em que grandes grupos musculares são movimentados a ponto de aumentar a frequência cardíaca e a respiração), é benéfica em relação ao sono, reduzindo o tempo até o amanhecer e melhorando o sono. consolidação do sono, ressalta o médico.
“Além disso, a prática de exercícios reduz o nível de estresse e ansiedade e melhora o controle do peso, fatores que também afetam a qualidade do sono.”
O profissional aconselha ficar atento ao horário do dia em que a atividade física é realizada. “A atividade física pode ter um efeito estimulante e se realizada muito perto da hora de dormir pode dificultar o relaxamento. Além disso, é sempre importante ter um momento de descanso e descanso após a atividade física, antes de deitar para dormir.”
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