A embolia de líquido amnióticotambém conhecido como embolia amniótica, é uma complicação que geralmente ocorre no final da gravidez. Embora rara, a condição é uma das prováveis causas de morte súbita em mulheres durante o trabalho de parto.
A complicação ocorre quando o flúido amnióticoque envolve o bebê e contém células fetais e outros materiais antigênicos, entra na corrente sanguínea da mãe causando uma reação grave, que pode causar danos aos pulmões e ao coração, além de causar sangramento excessivo e potencialmente levar à parada cardíaca.
De acordo com a Cleveland Clinic – um centro médico acadêmico americano com sede em Cleveland, Ohio, Estados Unidos – a embolia amniótica afeta um em cada 40 mil nascimentos nos Estados Unidos e 1 em cada 53.800 nascimentos na Europa.
Fatores de risco
As causas da embolia amniótica ainda são desconhecidas, pois é uma complicação rara e de difícil estudo. No entanto, alguns fatores podem aumentar o risco. De acordo com o Manual MSD — referência médica publicada pela farmacêutica americana Merck & Co — são eles:
- Idade materna avançada;
- Gravidez de gêmeos;
- Presença de quantidades excessivas de líquido amniótico;
- Placenta prévia (placenta em posição errada);
- Ruptura prematura da placenta;
- Lesão abdominal;
- Eclâmpsia (convulsões que ocorrem durante a gravidez);
- Nascimento induzido;
- Laceração no colo do útero;
- Nascimento por cesariana.
Sintomas de embolia amniótica
Os sinais e sintomas da embolia amniótica ocorrem repentinamente e são semelhantes a outras complicações da gravidez e do parto, dificultando o diagnóstico. Segundo a Cleveland Clinic, alguns dos principais sintomas são:
- Falta de ar ou dificuldade para respirar;
- Queda repentina da pressão arterial;
- Edema pulmonar;
- Aumento ou diminuição da frequência cardíaca;
- Sofrimento fetal;
- Confusão, agitação ou ansiedade repentina.
Complicações decorrentes da embolia amniótica
Entre as complicações que a embolia amniótica pode causar à gestante e ao feto estão:
- Insuficiência cardíaca e pulmonar;
- Convulsões;
- Perda de consciência;
- Sangramento excessivo;
- Coagulação intravascular disseminada;
- Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Parada cardíaca;
- Dano cerebral;
- Morte.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da embolia por líquido amniótico é feito através da avaliação médica dos sintomas e exames de sangue.
Além disso, outros exames podem ser solicitados para avaliar os possíveis danos causados pela complicação, como eletrocardiograma (para verificar o ritmo cardíaco), oxímetro de pulso (para avaliar os níveis de oxigênio no sangue), radiografia de tórax (para verificar o presença de líquido ao redor do coração) e ecocardiograma (para analisar o funcionamento do coração).
Tratamento
A embolia por líquido amniótico é uma emergência médica e, portanto, requer assistência urgente de uma equipe de terapia intensiva. Em alguns casos, pode ser necessária a transfusão de sangue e hemoderivados (medicamentos produzidos a partir de plasma humano), bem como a injeção de um fator de coagulação sanguínea para estancar o sangramento. Em algumas situações pode ser necessária a reanimação cardiopulmonar da gestante.
Nos casos em que a gravidez já está avançada e há risco de vida da gestante, o parto pode ser essencial para a sobrevivência da mulher e do feto. Para isso, a paciente pode receber medicamentos para induzir contrações.
Existe uma maneira de prevenir a embolia amniótica?
Segundo a Cleveland Clinic, não é possível prevenir a embolia amniótica porque sua causa ainda é desconhecida. Por isso, os especialistas ressaltam a importância de ter um plano de parto definido com um médico de confiança e com a família para se preparar para qualquer emergência médica antes ou durante o parto.
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