Tipo de câncer mais comum em homens, os tumores de bexiga mataram 800 mil pessoas em todo o mundo e mais de 19 mil no Brasil de 2019 a 2022.
Dados do Sistema de Informação do Ministério da Saúde (SIH/SUS) apontam mais de 110 mil casos de neoplasia maligna de bexiga desde 2019. Assim como acontece com outros tipos de câncer, o tabagismo é o principal fator de risco para neoplasia de bexiga.
Julho é o mês de conscientização sobre o câncer de bexiga. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aproveita a data para alertar sobre a importância da detecção precoce desse tipo de tumor, quando as chances de cura são maiores. Nas redes sociais, postagens, vídeos e transmissões ao vivo com especialistas informam o público leigo.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que deverão ser registrados 11.370 novos casos de câncer de bexiga neste ano, sendo 7.870 em homens e 3.500 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 7,45 novos casos a cada 100 mil homens e 3,14 a cada 100 mil mulheres .
Segundo o Inca, este é o sétimo câncer mais comum entre os homens (exceto o câncer de pele não melanoma), representando mais de 3% dos cânceres em homens.
“O principal fator de risco do câncer de bexiga é o tabagismo, responsável por mais de 50% dos casos. Portanto, ao eliminar esse hábito, conseguimos diminuir significativamente as chances desse tumor aparecer”, alerta o presidente da SBU, Luiz Otavio Torres.
“Outro ponto fundamental na prevenção é seguir hábitos saudáveis, como manter uma alimentação balanceada, beber água adequada e praticar exercícios”, ressalta.
O motorista Edgar Azevedo dos Santos, 51 anos, descobriu a doença após sentir dores lombares em 2017. Ele fez uma ultrassonografia que constatou nódulos.
Ele passou por cirurgia e sessões de quimioterapia. “Eu nunca teria imaginado que teria câncer. Desde então, tenho realizado acompanhamentos periódicos.”
“Observamos que muitas pessoas desconhecem o câncer de bexiga, como ele se manifesta e quais são os principais vilões. A maioria já sabe que fumar pode levar ao câncer de pulmão, por exemplo, mas muitos desconhecem que também é a principal causa do câncer de bexiga”, afirma a diretora de Comunicação da SBU e coordenadora das campanhas de conscientização da entidade, Karin Jaeger Hook.
“Além disso, embora muitas vezes provoque sangramento na urina, costuma ser intermitente no início e não causa dor e, por isso, é comum que as pessoas ignorem e demorem a ir ao médico, o que pode piorar o quadro”, explica. . .
Embora geralmente sejam silenciosos na fase inicial, os tumores de bexiga podem causar sangue na urina, aumento da frequência urinária, ardor ao urinar, urgência para urinar e jato urinário fraco.
“A presença de sangue visível na urina é o sintoma mais comum do câncer de bexiga e normalmente está presente em 80% dos pacientes. Outros sintomas comumente relatados são aumento da frequência urinária, urgência miccional e dor ao urinar, que podem estar relacionados à presença de carcinoma in situ”, afirma o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Mauricio Dener Cordeiro.
“O câncer de bexiga também pode ser assintomático e detectado por meio de exames de imagem com ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética nuclear”, explica.
Tipos de câncer
O câncer de bexiga pode ser classificado de acordo com a célula que sofreu alteração, sendo os principais: carcinoma de células transicionais (ou urotelial) que representa a maioria dos casos e tem início na camada mais interna da bexiga; o carcinoma de células escamosas (ou epidermóide), que afeta as células finas e planas da bexiga, ocorre após infecção ou inflamação prolongada; e o adenocarcinoma, que é mais raro, começa nas células glandulares (secretoras) após infecção ou irritação prolongada.
O câncer de bexiga é considerado superficial quando se limita ao tecido que reveste a bexiga e infiltrativo quando penetra na parede muscular, podendo afetar órgãos próximos ou gânglios linfáticos.
Fatores de risco
O tabagismo (também o tabagismo passivo) é o principal factor de risco para o cancro da bexiga, mas existem outras ameaças, tais como: exposição a substâncias químicas; alguns medicamentos e suplementos dietéticos; gênero e raça (homens brancos têm maior probabilidade de desenvolver a doença); idade avançada; história de família.
“Além do tabagismo, o contato com substâncias químicas como as presentes em defensivos agrícolas, corantes utilizados na indústria, vapores de diesel ou outras substâncias também podem predispor a essa doença”, explica o supervisor da Disciplina de Câncer de Bexiga da SBU, Fernando Korkes.
“Medicamentos como a pioglitazona, usada para controlar o diabetes, já foram associados ao desenvolvimento de câncer de bexiga. Porém, o risco é relativamente baixo, e o principal ponto de atenção deve ser para pacientes que já tiveram câncer de bexiga e fazem uso desse medicamento”, afirma.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico do câncer de bexiga pode ser feito por meio de exames de urina e de imagem, como ultrassonografia, tomografia computadorizada e cistoscopia (investigação interna da bexiga por meio de um cistoscópio, instrumento equipado com uma câmera introduzida pela uretra).
Durante a cistoscopia, caso o especialista identifique alguma alteração, poderá ser retirado material para biópsia.
O tratamento do câncer de bexiga varia de acordo com o estágio da doença e pode consistir em cirurgia, quimioterapia e radioterapia.
Os tipos de cirurgia consistem em: ressecção transuretral – retirada do tumor pela uretra; cistectomia parcial – retirada de parte da bexiga; cistectomia radical – retirada completa da bexiga, com construção de um novo órgão para armazenamento de urina.
Nos casos de lesões iniciais, após a retirada do tumor, pode-se administrar na bexiga a vacina BCG ou algum quimioterápico para prevenir a recorrência da doença.
“Algumas das novidades nesta área incluem novos medicamentos como imunoterapia, terapias direcionadas e terapias com anticorpos conjugados a medicamentos que já foram utilizados na prática e trazem benefícios para muitos pacientes. Quanto à cirurgia, as plataformas robóticas ajudam muito nos casos em que é necessário retirar a bexiga e fazer algum tipo de reconstrução”, destaca Fernando Korkes.
Mortalidade
De 2019 a 2022, o Sistema de Informações sobre Mortalidade registrou 19.160 óbitos por neoplasia maligna de bexiga. Destes, 12.956 (67,6%) eram do sexo masculino e 6.204 (32,3%) do sexo feminino.
Para que o diretor da Escola Superior de Urologia da SBU, Roni de Carvalho Fernandes, rastreie o câncer de bexiga e desenvolva políticas públicas eficazes para reduzir a incidência e a mortalidade, é fundamental considerar diversas estratégias, a começar por campanhas de conscientização e educação como a promovida por SBU.
Destaca também a identificação de grupos de alto risco, garantindo que todos tenham acesso a serviços de saúde que ofereçam diagnóstico e tratamento adequados com a criação de centros especializados para garantir elevados padrões de cuidados e melhores resultados para os pacientes.
“A implementação destas medidas exige a colaboração entre profissionais de saúde, governos, instituições de investigação, organizações não governamentais e a própria comunidade para enfrentar eficazmente este grande desafio que é reduzir as taxas de mortalidade por cancro da bexiga”, afirma Fernandes.
Compartilhar:
refinanciamento de emprestimo consignado simulação
qual banco faz empréstimo consignado para maiores de 80 anos
bancos emprestimos
sim empréstimos
simulador emprestimo consignado caixa
emprestimo sim
itaú financiamento
telefone do banco bmg
sim emprestimos
consignados margem
portabilidade bmg
bmg portabilidade
bancos que fazem refinanciamento de consignado
refinanciamento empréstimo consignado
bmg emprestimo telefone