A expectativa é que o Supremo Tribunal Federal (STF) retome no dia 12 de junho o julgamento que discute a correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
O caso foi orientado pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso.
O julgamento da ação está paralisado desde novembro devido a um pedido de revisão (mais tempo para análise) do ministro Cristiano Zanin.
Votos até agora
Até o momento, a pontuação no Tribunal é de três a zero a favor de que a remuneração anual do FGTS seja pelo menos igual ao rendimento da poupança, a partir de 2025, com regra de transição referente aos anos de 2023 e 2024.
O relator, Barroso, e os ministros André Mendonça e Nunes Marques votaram nesse sentido.
Os magistrados também votaram pela obrigatoriedade da distribuição dos lucros do fundo aos trabalhadores correntistas do FGTS.
Proposta da AGU
Em abril, a Advocacia-Geral da União (AGU) fez uma sugestão. O órgão propôs que a remuneração das contas a partir de agora tenha um valor que garanta, pelo menos, o índice oficial de inflação, medido pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
Pela proposta, o retorno deverá ser feito através do cálculo atual (Taxa Referencial mais 3% ao ano) somada à distribuição dos lucros obtidos pelo fundo no ano.
Nos anos em que essa remuneração não atinja o IPCA, caberia ao Conselho Curador do Fundo “determinar a forma de remuneração”, segundo a sugestão.
A AGU disse no documento que a proposta é fruto do diálogo com quatro sindicatos, que aprovaram esse cálculo de remuneração.
Entender
A ação no STF referente ao FGTS foi proposta em 2014 pelo partido Solidariedade. O principal argumento é que a TR não acompanha a variação da inflação.
Portanto, a sigla entende que a TR não deve ser utilizada como índice de correção monetária. A sigla sugere como alternativas o IPCA-E, o INPC/IBGE ou “outro índice de escolha do Tribunal” “desde que seja inflacionário”.
O governo é contra uma possível mudança. Cita impactos de milhares de milhões de dólares no fundo, caso este tenha de “reembolsar” montantes passados que não foram ajustados pela inflação.
Cálculos do então Ministério da Economia, de 2021, indicam que a União teria que investir um valor de R$ 295,9 bilhões para manter o FGTS, caso tivesse que atualizar as contas desde 1999 pela inflação.
Em 2019, Barroso suspendeu a tramitação de todos os processos judiciais que discutiam a correção do FGTS, até a conclusão do julgamento sobre a matéria pelo STF.
Compartilhar: