Em entrevista com CNNO ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que “defende o projeto do governo” em relação à Petrobras e criticou o que chamou de tentativas de “personificar” as diferenças entre ele e Jean Paul Prates.
“O ministro de Minas e Energia defende o projeto do governo, e o governo entende que a Petrobras é uma empresa extremamente estratégica”, disse Alexandre Silveira nesta terça-feira (28), no Backstage CNN (segunda a sexta, às 14h).
Em meados deste mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu demitir Prates do comando da estatal. Para o cargo, o governo nomeou Magda Chambriard, posteriormente aprovada para o cargo pela diretoria da Petrobras.
Prates foi demitido da Petrobras cerca de um mês após rumores que tratavam justamente de sua saída do cargo, em meio a divergências que opunham o ex-senador a Silveira e ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
A demissão de Prates começou a ser discutida em meio a divergências entre Prates e Silveira sobre a distribuição de dividendos extras da estatal – Prates queria pagá-los aos acionistas, enquanto Silveira queria que o valor fosse usado para investimentos.
A CNNAlexandre Silveira disse que o governo federal quer que a Petrobras “olhe para a cadeia produtiva como um todo”, cumprindo o plano de investimentos definido no ano passado pela estatal, e negou que haja intervenção indevida na empresa.
“Nunca intervenha. Mas ele (o governo) tem a obrigação de participar (das decisões da estatal), até porque a Petrobras é uma empresa de economia mista, mas controlada pelo governo, diferentemente de outras empresas”, declarou.
Não precisamos ter vergonha de sermos acionistas e controladores da Petrobras. Temos que participar de suas decisões.
Alexandre Silveira
“A Petrobras tem uma governança muito forte. Não discutimos a entrada nesta governação – isso significaria intervenção. O que fazemos é participar das discussões estratégicas dos investimentos da Petrobras, para defender os investimentos do Brasil”, acrescentou.
Na segunda-feira (27), Magda Chambriard concedeu sua primeira coletiva de imprensa no cargo. Na ocasião, o novo presidente falou em refinar petróleo “para agregar valor”, defendeu investimentos em fertilizantes e sinalizou a exploração na Margem Equatorial.
“Ficou claro, na primeira entrevista após a posse dela (Magda Chambriard), que ela entendeu esse debate que estava sendo feito”, afirmou Silveira. “Não podemos simplesmente ser conhecidos como um país extractivo”, declarou ela.
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