Absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador Sergio Moro (União-PR) afirmou que não cogita concorrer à presidência da República nas eleições de 2026.
Segundo Moro, o plano é apoiar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que pretende lançar sua candidatura ao União Brasil.
Moro defendeu a formação de uma frente partidária de oposição ao candidato ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“O governador Caiado representa bem o partido, caso ele de fato se estabeleça em 2026. Há o desejo de formar uma frente de centro e centro-direita para que possamos virar a página das políticas erradas do atual governo.”
Polarização política e relação entre Poderes
Questionado se o julgamento ajuda a diminuir a ebulição entre o Legislativo e o Judiciário, Morou respondeu enfatizando a relação com o Executivo e não falou sobre o Poder do qual fez parte durante a maior parte de sua carreira pública.
Desconfortável com decisões do Supremo, o Congresso busca desde o ano passado avançar pautas para confrontar julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) ou sobre assuntos que possam representar mudanças no alcance das decisões dos ministros e até mesmo na duração de seus mandatos.
O ex-juiz afirmou que nunca deixará de se opor a Lula, mas que não alimentará uma “polarização irracional” e que votará com o governo quando houver possibilidade de convergência, citando como exemplo medidas para ajudar o Rio Grande do Sul . Moro defendeu deixar de lado o “espírito de revanchismo e de polarização exacerbada”.
“Sou contrário ao governo Lula. Em 2026, estarei defendendo um projeto de derrota do PT, com outros candidatos à frente para disputar a presidência, como o governador Caiado (GO), talvez o governador Tarcísio (SP) e talvez o governador Romeu Zema (MG). Mas o facto é que temos que baixar a temperatura política”, afirmou.
Relacionamento com Bolsonaro
O senador afirmou que não fala com Jair Bolsonaro (PL) “há muito tempo” e lembrou que houve um pedido do ex-presidente da República ao PL para retirar o recurso ao Tribunal Superior Eleitoral após a absolvição em Tribunal Regional Eleitoral do Paraná – o partido de Bolsonaro foi um dos autores do pedido à Justiça Eleitoral que poderia impeachment de Moro.
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, Moro deixou o cargo fazendo acusações contra o ex-presidente, mas depois se aproximou e chegou a aderir ao palanque de Bolsonaro nas eleições de 2022.
Moro atribuiu a insistência no recurso ao TSE aos dirigentes do PL no Paraná. Após a decisão da Justiça Eleitoral, o partido não deverá recorrer ao STF.
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