O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu nesta quarta-feira (22) as medidas adotadas pelo governo para manter a oferta e os preços do arroz no mercado nacional após as chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul.
“O Brasil produz praticamente o suficiente para consumir, mas o descompasso momentâneo dá margem à especulação, e quem vai ganhar não é o produtor rural, é o especulador. Precisamos combater isso”, destacou Carlos Fávaro.
Participou de debate na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados. Por sugestão do deputado Vicentinho Júnior (PP-TO), ele apresentou as prioridades do ministério este ano.
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Importação isenta de impostos
O Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz. Como as chuvas e enchentes afetaram as lavouras, os estoques locais e a logística de distribuição, o governo decidiu facilitar as importações, eliminando o imposto.
“É triste, mas tem gente querendo ganhar dinheiro com essa tragédia”, criticou Carlos Fávaro. Segundo ele, alguns fornecedores aumentaram os preços em até 30% depois que o governo anunciou a compra de 100 mil toneladas para estoque.
Segundo o ministro, a isenção do Imposto de Importação foi acertada com os produtores brasileiros. “Talvez eles tenham se arrependido, mas vamos conter essa especulação e ao mesmo tempo apoiar os produtores”, afirmou.
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Total importado
O deputado Afonso Hamm (PP-RS) defendeu os agricultores gaúchos. Segundo ele, a possível importação de 1 milhão de toneladas de arroz causou preocupação, considerada excessiva frente aos 7,3 milhões produzidos no Rio Grande do Sul.
“Temos dinheiro para 1 milhão de toneladas, mas não queremos gastá-lo”, explicou o ministro da Agricultura. Segundo ele, o total importado dependerá de uma avaliação das perdas efetivamente registradas na atual safra do estado.
“O volume que entrar será para controlar a especulação, depois vamos segurar e proteger os produtores brasileiros”, assegurou Carlos Fávaro. Segundo o ministro, os agricultores gaúchos também serão incentivados no Plano Safra 2024-2025.
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Ação itinerante
Durante o evento, Carlos Fávaro também anunciou que, a partir de terça-feira (28), o ministério será transferido de forma itinerante para o Rio Grande do Sul. “Agora é a hora da reconstrução, vamos entregar equipamentos e recolher propostas”, disse.
Segundo ele, o novo programa do governo para recuperação de áreas degradadas, com recursos de organismos internacionais, será acessível aos gaúchos. “Essas enchentes tiraram a fertilidade do solo, então é perfeitamente adequado”, avaliou.
O programa deverá incentivar a conversão de 40 milhões de hectares atualmente ocupados por antigas pastagens em áreas de produção agrícola. “Isso deve ajudar o campo e a cidade, as indústrias, os armazéns”, comentou Carlos Fávaro.