Manifestantes e policiais entraram em confronto na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) nesta terça-feira (21).
A confusão foi registrada em plena votação do projeto de lei das escolas cívico-militares no estado.
Segundo a Alesp, os “manifestantes tentaram invadir o plenário” e foram “contidos” pela Polícia Militar e, posteriormente, encaminhados à Polícia Civil.
Segundo a União Brasileira dos Estudantes Secundários (Ubes), que diz repudiar a atitude da PM, na ocasião o braço de um estudante foi quebrado.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) diz que “numa ação antidemocrática, a PM do governador Tarcísio agride e estupra estudantes que lutavam na ALESP contra o projeto das escolas cívico-militares”.
A CNN entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e aguarda posicionamento.
Relatório dos deputados
Um vídeo divulgado pela deputada Thainara Faria (PT) mostra policiais barricando manifestantes com escudos balísticos.
O deputado Eduardo Suplicy (PT) disse que “os estudantes da oposição buscam o diálogo e enfrentam a brutalidade da PM”. Suplicy disse que tentou mediar o entendimento e “foi surpreendido com spray de pimenta e um muro da Polícia de Choque”.
Agora em @alesp! Com forte presença policial, está em votação o projeto das Escolas Cívico-Militar. Estudantes opositores buscam o diálogo e enfrentam a brutalidade da PM. Tentei mediar um entendimento e fui surpreendido com spray de pimenta e um muro da Polícia de Choque. + pic.twitter.com/KVAFHtvPpt
—Eduardo Suplicy (@esuplicy) 21 de maio de 2024
Segundo o deputado Guto Zacarias (União), seis manifestantes invadiram o plenário e dois policiais “foram jogados no chão”.
E, mais uma vez, a esquerda se mostra antidemocrática e disruptiva na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.
6 maloqueiros de esquerda invadiram o plenário da Alesp e dois policiais militares foram jogados no chão.
Os sujeitos já foram presos e levados para… pic.twitter.com/2ZHPCaLguP
— Guto Zacarias (@GutoZacariasMBL) 21 de maio de 2024
Para o deputado Carlos Giannazi (PSOL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) quer aprovar a medida “polícia de choque e spray de pimenta”. “É a polícia que vai dar aula nas escolas? Os estudantes estão se manifestando pacificamente e sendo espancados”, continuou ele.
VIOLÊNCIA NA ALESP! Tarcísio quer aprovar projeto de escola cívico-militar na Alesp com tropa de choque e spray de pimenta! É essa a polícia que vai dar aula nas escolas?? Os estudantes estão se manifestando pacificamente e sendo espancados pela covarde polícia do governador. Vergonha! pic.twitter.com/HDhTV5MqOz
— Prof Carlos Giannazi (@carlosgiannazi) 21 de maio de 2024
O projeto
Em março, Tarcísio encaminhou à Alesp o projeto de lei para a criação do Programa Escola Cívico-Militar.
“No ano passado, assumimos o compromisso de enviar o projeto de lei das escolas cívico-militares para a Alesp. O projeto está pronto, vamos encaminhá-lo e é o primeiro passo que vamos dar nessa direção. Não queremos ficar só na escola cívico-militar, temos também um projeto de criação do Colégio da Polícia Militar em São Paulo”, afirmou Tarcísio.
A medida será voltada para escolas com desempenho abaixo da média estadual. Também estará ligado à vulnerabilidade social e aos índices de fluxo escolar, como aprovação, reprovação e abandono.
As escolas cívico-militares poderão ser implantadas em edifícios já existentes ou a serem construídos. Além das unidades de ensino pertencentes ao governo do estado, também poderão aderir ao projeto aquelas pertencentes aos municípios.
“O projeto da escola cívico-militar não impõe. Vamos sugerir algumas escolas, a comunidade vai votar e, de acordo com o voto dos pais dos alunos e professores, vamos transformar a escola em cívico-militar com policiais militares da reserva que vão trabalhar na disciplina e no civismo, mas não em a parte pedagógica”, explicou o governador.
Pelo texto, nenhum outro programa da Secretaria de Educação em andamento nas escolas ficará excluído da implementação do modelo. A proposta do governo é complementar as ações pedagógicas e “compartilhar com os alunos valores como civilidade, dedicação, excelência, honestidade e respeito”.
A Secretaria de Educação será responsável pela grade curricular das escolas cívico-militares, pela formação de professores e pela adaptação de prédios. A Secretaria de Segurança Pública nomeará policiais militares da reserva que atuarão como monitores, no desenvolvimento das atividades extracurriculares, na organização e na segurança escolar.
O processo seletivo de policiais militares da reserva — que serão pelo menos um por escola — que atuarão como monitores, será realizado pela Secretaria de Educação.
O programa só será implementado com a anuência das comunidades escolares, que será ouvida através de consultas públicas.
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