O ministro Flávio Dinodo Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que afastou os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores Isso é Loraci Flores de Lima do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
O despacho do ministro do Supremo Tribunal Federal foi divulgado nesta segunda-feira (20).
Em sua decisão, Dino afirma que o afastamento dos desembargadores deve ser mantido pelo menos até que o CNJ decida pela abertura ou não de processo administrativo contra Thompson Flores e Loraci Flores de Lima.
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Ainda não há previsão de quando o CNJ se pronunciará sobre o tema. No limite, os processos administrativos podem resultar até na perda da função dos dois juízes.
A decisão de afastar os magistrados foi tomada pelo corregedor nacional de justiça, ministro Luis Felipe Salomão, no dia 15 de abril.
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Além de Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, a decisão de Salomão também afetou os juízes Gabriela Hardt e Danilo Pereira. Todos atuaram no âmbito dos processos relacionados à Operação Lava Jato.
No dia seguinte à decisão de Salomão, porém, assessores do CNJ anularam o afastamento dos dois juízes de primeira instância. Apenas a punição para juízes do TRF-4 foi mantida.
No entendimento de Salomão, os magistrados violaram deveres funcionais e cometeram irregularidades na condução dos processos.
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Na decisão de Flávio Dino, o ministro do STF menciona “diversas nulidades” apuradas pela própria Corte em processos relacionados à Lava Jato, “que recomenda atenção especial por parte do CNJ para evitar novas nulidades processuais por eventuais desvios de conduta”.
“Estas referidas nulidades, quando confirmadas, representam um grave problema administrativo, pois fazem com que – nesses casos – a máquina judicial funcionasse de forma inútil, consumindo enormes quantias de dinheiro do erário”, nota Dino.
TRE-4 julgou Lula na Lava Jato
O TRF-4 foi um dos órgãos que analisou as denúncias contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado no âmbito da Lava Jato pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O tribunal de segunda instância aumentou a pena de Lula de 9 para 12 anos de prisão.
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Em 2021, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal, que anulou todas as condenações de Lula por entender que o então juiz Sérgio Moro, que julgou o caso em primeira instância, foi tendencioso. O Tribunal também entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o foro adequado para tratar do caso.
Em fevereiro de 2024, Flávio Dino tomou posse como ministro do STF. Ele ocupava o Ministério da Justiça e Segurança Pública desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, e foi indicado pelo presidente da República para o Supremo Tribunal Federal, ocupando a vaga deixada pela ex-ministra Rosa Weber.