As infrações trabalhistas relacionadas à calamidade pública no Rio Grande do Sul já motivaram 60 das 203 denúncias recebidas pelo Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul (MPT-RS) em maio, o equivalente a 29,5% do total.
A maioria das reclamações (83,3%) concentra-se na região de Porto Alegre. Desde o início da situação de emergência, foram registradas 62 reclamações no estado. A maioria está relacionada à obrigatoriedade de comparecimento ao trabalho ou à permanência de funcionários em áreas alagadas ou de risco.
De acordo com a legislação trabalhista, submeter o empregado, sem justificativa, a situações de risco à integridade física, acidentes ou doenças, poderá dar direito a indenização.
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O MPT-RS informa que não suspendeu os prazos nos procedimentos que envolvem irregularidades trabalhistas relacionadas à calamidade pública.
Os procedimentos sobre outros temas poderão ter seus prazos suspensos por 30 dias, prorrogáveis por mais 30, a partir de 05/07, dependendo da decisão de cada procurador oficiante.
Como denunciar
Para denunciar, o cidadão deve acessar o site do MPT (mpt.mp.br). Também é possível fazer um relatório através do link direto bit.ly/mpt_denuncie.
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O MPT afirma que continua ativo e atento às irregularidades trabalhistas existentes e às causadas ou agravadas pelas enchentes no estado.
Ação preventiva
Na última quinta-feira (9), o MPT-RS entregou recomendação à Federação das Associações Municipais do Rio Grande do Sul (FAMURS), solicitando que todos os municípios emitam certificados gratuitos que comprovem a situação de exposição direta às inundações, documento necessário para comprovar que o trabalhador foi afectado pelas cheias e não pode comparecer ao trabalho.
Na segunda-feira (13), o MPT-RS se reuniu com as principais entidades trabalhistas e patronais do estado para discutir medidas trabalhistas alternativas no cenário de calamidade pública.
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Para reduzir os impactos trabalhistas gerados pelas enchentes, a agência orienta os empregadores a priorizarem medidas que garantam a manutenção dos rendimentos e salários dos trabalhadores.
O MPT-RS também reforça a importância do diálogo social prévio entre os sindicatos para buscar as medidas mais adequadas de proteção trabalhista diante do cenário atual no RS, levando em consideração as particularidades de cada setor econômico e região.