A nomeação do ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta (PT-RS)para o cargo de ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul é uma “excrescência” e indica que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer politizar a tragédia no estado. Essa é a avaliação do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG)uma das principais lideranças tucanas e muito próxima do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Segundo Aécio – que foi candidato à Presidência da República em 2014, derrotado no segundo turno por Dilma Rousseff (PT) –, Lula deveria ter consultado o próprio Leite antes de escolher Pimenta para o cargo. A decisão do presidente, segundo o PSDB, foi um desrespeito ao governador.
“O presidente Lula será o responsável por politizar o drama que vive o povo gaúcho. Ao nomear um adversário político do governador, o presidente, na verdade, intervém no estado, que tem um governador eleito para esse fim”, criticou Aécio, em entrevista à coluna Paineldo jornal Folha de S.Paulo.
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Segundo o tucano, a escolha de Pimenta, que pretende concorrer ao governo do Rio Grande do Sul em 2026, “é um exemplo de que o presidente está mais preocupado com a politização do que com a eficácia de suas ações”.
“Todo o esforço colaborativo que ocorreu até agora, e que reconhecemos, é jogado por terra por esta decisão impensada e extremamente equivocada”, afirmou Aécio.
Leite soube “pela imprensa”
Embora não tenha se posicionado tão abertamente sobre a indicação de Paulo Pimenta para o cargo, o governador Eduardo Leite admitiu não ter sido consultado anteriormente por Lula.
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“Fiquei sabendo pela imprensa”, disse o tucano ao jornal. “Vou esperar por uma declaração oficial. Não sabemos de nada”, disse simplesmente o governador do Rio Grande do Sul.
As novas funções de Pimenta
A posse de Paulo Pimenta como ministro extraordinário deve ocorrer nesta quarta-feira (15), quando está prevista nova visita de Lula ao estado. Ele deixará a Secom e deverá ser substituído, interinamente, por Laércio Portela.
A ideia do presidente da República é que Pimenta coordene todas as ações do governo federal voltadas à recuperação do Rio Grande do Sul, trabalhando em conjunto com os demais ministérios e com os prefeitos das cidades gaúchas e o governador do estado .
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Trajetória política
Antes de assumir o comando da Secom no terceiro governo Lula, Paulo Pimenta teve uma longa carreira no Poder Legislativo. No Rio Grande do Sul, foi deputado estadual (entre 1999 e 2000).
Na Câmara dos Deputados, foi eleito seis vezes consecutivas, em 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Em 1º de janeiro de 2023, tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação Social do governo Lula.
Paulo Pimenta também foi eleito vice-prefeito de Santa Maria (RS) em 2000.
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