A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito que investiga o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) para saber se ele ofendeu a honra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao se referir ao chefe do Executivo como “ex-presidente”. -condenado”, “ladrão” e “corrupto”.
A PF enviou o relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (14) sem indiciar o parlamentar ou atribuir-lhe qualquer crime.
A corporação não consegue concluir se os crimes de calúnia e difamação foram cometidos pelo parlamentar e informou ao Supremo que está à disposição para realizar novas investigações.
O relatório de três páginas foi enviado ao ministro Luiz Fux, que é relator do inquérito que apura as declarações do deputado. O magistrado deverá encaminhar o caso à Procuradoria-Geral da República, que poderá solicitar a reabertura do inquérito e novas medidas policiais.
Em depoimento à PF, Gilvan disse não ter intenção de atacar a honra do presidente da República, que fazia discurso político e tem imunidade parlamentar.
“A Constituição diz que somos invioláveis civil e criminalmente pelas nossas opiniões, palavras de voto”, afirmou. “Ele não foi absolvido, não foi condenado. Entendo que ele foi condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e não foi absolvido”, disse o deputado na audiência.
A PF também realizou um exame do vídeo no momento das declarações para confirmar o que foi dito.
A CNN aguarda retorno da defesa do deputado a respeito do relatório da PF.
Entenda o caso
A investigação foi aberta em fevereiro, após representação do então ministro da Justiça Flávio Dino (hoje ministro do STF).
O caso refere-se a discursos proferidos pelo deputado em julho de 2023, durante manifestação do Movimento Pró-Armas, em Brasília. A afirmação foi registrada em vídeo publicado no perfil do parlamentar no Instagram.
Na ocasião, Gilvan disse que a Presidência da República é ocupada por um “ex-presidiário, ladrão, corrupto, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro”, em referência a Lula. “Repito: ele é um ladrão! É ladrão!”, continuou.
O deputado também criticou Dino, que era ministro da Justiça na época.
“E no Ministério da Justiça – para quem não sabe, sou Policial Federal há 20 anos, faço 20 anos em agosto – e esse Ministro da Justiça não representa a Polícia Federal, não representa o povo brasileiro”, afirmou.
“Um Ministro da Justiça que vai até uma comunidade dominada pelo Comando Vermelho, sem trocar tiros. Todo mundo sabe que em uma comunidade dominada por uma facção criminosa como o Comando Vermelho só há duas formas de subir: ou trocando tiros ou com autorização do Comando Vermelho. E eu digo, como o Sargento Fahur, Flávio Dino, venha pegar minha arma se você for homem! Venha pegar minha arma!
Compartilhar: