A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou a inabilitação da empresa CTU Security LLC, responsável pela venda de 9.360 coletes balísticos via Gabinete de Intervenção Federal do Rio de Janeiro, em 2018.
Segundo técnicos do TCU, houve fraude no procedimento envolvendo a dispensa de licitação, ‘caracterizada pela apresentação de documentos falsos para comprovar qualificação técnica, o que poderia levar a empresa a ser declarada inapta nos termos do art. 46 da Lei 8.443/1992′.
O valor total do contrato seria de R$ 36.709.090,99 aos cofres públicos. Os coletes iriam para a Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas o processo foi suspenso.
“Não tendo a empresa empresária apresentado suas razões justificativas, mantém-se o entendimento anteriormente defendido, quanto à caracterização de fraude no procedimento de Dispensa de Licitação, em razão da apresentação de documentos falsos para comprovar sua qualificação técnica, o que deverá ensejar a declaração da empresa de inadequação aos termos”, aponta o documento a que a CNN teve acesso.
Uma empresa é considerada inidônea quando recebe sanção por irregularidades cometidas em contratos administrativos. Essa punição é a declaração de inidoneidade e fica impedida a contratação ou participação da empresa em licitações públicas por determinado período.
O parecer técnico será analisado pelo Plenário do TCU nesta quarta-feira (2), para confirmar o entendimento ou não da área que produziu este relatório.
O CNN Tente entrar em contato com a CTU Security LLC.
Alvo da PF
Em setembro do ano passado, a Polícia Federal mirou esse contrato sem licitação durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, comandada pelo general Braga Netto.
A investigação investiga os crimes de patrocínio de contratação indevida, demissão ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa, supostamente cometidos por servidores públicos federais ao contratarem a empresa CTU Security LLC pelo governo brasileiro.
Foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. O general Braga Netto, ex-intervencionista e ex-ministro da Casa Civil, é investigado, mas não foi alvo de buscas.
A PF afirmou que encontrou “uma verdadeira organização criminosa” durante a investigação do contrato de compra de coletes e que a organização foi “responsável por operar fraudes na licitação e corromper servidores públicos para que [a empresa] CTU Security LLC obteve êxito na assinatura do acordo no processo de dispensa de licitação no valor total de US$ 9.451.605,60 [9 milhões de dólares]”.
Na época, Braga Netto declarou que todos os trâmites deste contrato foram amparados pelo TCU e que a suspensão envolvendo a empresa CTU Security LLC partiu do próprio escritório de intervenção.
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