O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “inexplicável” o fato de o Conselho de Segurança das Nações Unidas não ter, segundo ele, “autoridade” para fazer Israel se sentar à mesa para conversar.
“O que lamento é o comportamento do governo israelense. Sinceramente, é inexplicável que o Conselho da ONU não tenha autoridade moral e política para fazer de Israel, sempre uma medida para falar, em vez de saber matar”, disse.
Lula também foi questionado sobre a operação que o Brasil está organizando para resgatar brasileiros no Líbano.
“Nós vamos fazer isso [repatriar brasileiros] sempre que necessário”, acrescentou. As declarações foram feitas na Cidade do México, nesta terça-feira (1), onde participou da cerimônia de posse da nova presidente do país, Cláudia Sheinbaum.
Em discurso realizado neste domingo (22) em Nova York durante a abertura da Cúpula do Futuro da ONU, que antecede a Assembleia Geral, Lula destacou que atualmente “a maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para fazer cumprir suas decisões”.
“A Assembleia Geral perdeu a vitalidade e o Conselho Económico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho de Segurança diminui cada vez que aplica padrões duplos ou permanece silencioso diante das atrocidades”, disse o presidente.
Lula disse que a “pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e as mudanças climáticas revelaram as limitações dos organismos multilaterais”.
Ele também destacou, antes de ter seu microfone cortado por ultrapassar o limite de tempo, que o Sul Global “não está representado de forma consistente com o seu peso político atual”.
Entre as reivindicações de Lula, a reforma do Conselho de Segurança é uma das mais antigas da sua agenda. Nos dois primeiros mandatos, o petista já defendia a reestruturação do órgão e buscava que o país ocupasse uma das cadeiras permanentes do Conselho.
Desde a sua criação, o órgão é composto por dez países rotativos em suas cadeiras e cinco permanentes. São eles os Estados Unidos, a Rússia, a China, o Reino Unido e a França.
Os chamados P5 têm poder de veto sobre as decisões de um dos poucos órgãos diplomáticos que podem tomar decisões obrigatórias na comunidade internacional.
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