Com formato diferente de todos os debates anteriores, o encontro desta segunda-feira (30) entre os quatro principais candidatos a prefeito de São Paulo (SP) teve como principal novidade o chamado “banco de tempo”, por meio do qual os participantes tiveram que administrar um tempo de conversação de 20 minutos para todo o programa.
O prefeito participou do debate Ricardo Nunes (MDB)candidato à reeleição; o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL); o empreendedor e influenciador Pablo Marçal (PRTB); e o deputado federal Tabata Amaral (PSB) — os quatro primeiros colocados nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Marina Helena (Nova)quinto e sexto colocados pelas pesquisas, não foram convocados para o debate.
Continua após a publicidade
Nunes é o maior alvo
Tal como ocorreu nos debates anteriores desta campanha, o prefeito Ricardo Nunes, que aparece numericamente à frente nas últimas pesquisas, foi o principal alvo de todos os adversários.
Logo no início do programa, Nunes foi acusado por opositores sobre sua mudança de posicionamento em relação à exigência do chamado “passaporte da vacina”.
Em entrevista recente, Nunes disse que a atual gestão cometeu um erro ao exigir que os cidadãos apresentassem documento comprovativo da vacinação contra a Covid-19, no auge da pandemia. Nunes foi deputado de Bruno Covas (PSDB), falecido em 2021.
Continua após a publicidade
“A pandemia foi uma grande tragédia que afetou a todos nós. O Brasil teve muito azar de ter um presidente da República [Jair Bolsonaro] extremamente ideológico que fez atrasar a vacinação da população”, apontou Tabata Amaral.
“São Paulo teve sorte porque, naquela época, nosso prefeito era Bruno Covas, que tinha coragem e independência. Infelizmente, Bruno Covas não está mais aqui e fui pego de surpresa quando vi Ricardo Nunes, que busca o apoio de Bolsonaro, mudar de ideia e dizer que é contra o passaporte da vacina”, criticou o candidato do PSB.
“Dá para confiar em pessoas que mudam constantemente de posição para tentar te convencer, fazendo cálculos eleitorais?” perguntou Tabata.
Continua após a publicidade
Na sequência, Pablo Marçal também aproveitou a palavra para criticar a mudança de comportamento de Nunes.
“Essa mudança de postura de Ricardo Nunes ocorreu nas últimas semanas porque os deputados federais exigiram isso dele e ele ignorou esses deputados”, afirmou.
“Muitos dos que estão a mudar não estão a mudar porque aprenderam, mas porque começaram a cair nas sondagens eleitorais”, observou Marçal.
Continua após a publicidade
Em sua defesa, o prefeito de São Paulo disse que é preciso ter “humildade” para reconhecer os erros.
“A pandemia começou há 5 anos. Ao longo do processo você aprende e não há problema em ter humildade para se ajustar”, afirmou Nunes.
“Ninguém acerta tudo. Não há mudança de posicionamento. Bruno e eu fizemos uma grande coisa durante a pandemia. A única questão é que hoje vejo que não faz sentido usar o passaporte para entrar numa igreja ou num restaurante”, explicou o autarca.
Continua após a publicidade
Leia tudo sobre o debate:
Marçal volta a associar Boulos à droga
Voltando a uma postura mais agressiva e provocativa, Pablo Marçal voltou a associar o seu adversário Guilherme Boulos a um suposto uso de drogas. O influenciador perguntou diretamente a Boulos se o candidato do PSOL já havia consumido cocaína, maconha ou outras substâncias ilícitas.
“Nunca usei cocaína, para ser bem claro. Eu não uso drogas. E, como ele quer saber, eu experimentei maconha uma vez, quando era adolescente, e me deu muita dor de cabeça. E nunca mais”, rebateu Boulos.
“O declínio de Marçal não tem limite. É impressionante quando alguém vem à campanha só para atacar e atrapalhar. Ele inventou a mentira, trabalhando com um homônimo, um cara chamado Guilherme Bardauil Boulos, para confundir os eleitores”, continuou Boulos, citando um homônimo usado por Marçal para fazer a acusação contra o candidato do PSOL. “Não vou discutir com um cidadão assim.”
Marçal, por sua vez, disse que Boulos “não aguenta ser Lulinha paz e amor” na eleição. “Ele vai mostrar as garras”, afirmou o candidato do PRTB.
“Os princípios do Guilherme são destruir o patrimônio público, apoiar a rachadinha, a descriminalização de todas as drogas. Imagine liberar drogas, se não conseguimos controlar as pessoas em relação às apostas”, finalizou.
Boulos diz que Nunes e Marçal são apostas de Bolsonaro
Apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Boulos reeditou a tentativa de nacionalizar o debate municipal e tentou associar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tanto a Nunes quanto a Marçal.
“Nesta eleição, temos dois apoiadores de Bolsonaro. Bolsonaro colocou um ovo em cada cesta, apostou em dois cavalos, para ver os dois brigarem e ver qual deles chega ao segundo turno. E, com isso, botar a mão no São Paulo, mas não vou permitir”, disse Boulos.
“No final do dia, [Nunes e Marçal] representam o projeto bolsonarista de extrema direita para São Paulo”, acrescentou o candidato do PSOL.
Ricardo Nunes, por sua vez, acusou Boulos de ter feito duras críticas à classe média paulista e, agora, de buscar o voto desse público.
“É preciso saber se a pessoa mantém sua posição ou se finge ser alguém que não é. Você [Boulos] fala mal da classe média. Você já disse diversas vezes que é a favor da liberação das drogas, da desmilitarização da polícia e do aborto. A pessoa precisa ter um posicionamento”, disse o prefeito.
“Fazer todas essas críticas à classe média e agora querer que a classe média vote?” perguntou Nunes.
“Mulheres não votam em mulheres”, diz Marçal
Em dura discussão com Tabata Amaral, rebatendo as declarações da deputada em que a candidata do PSB pedia o voto das eleitoras de São Paulo, Marçal disse que “mulheres não votam em mulheres”.
“Tabata, se uma mulher votasse em uma mulher, você venceria no primeiro turno. As mulheres não votam em mulheres. A mulher, ela é inteligente, ela tem sabedoria, ela tem experiência. Ela não vai votar em você”, afirmou Marçal.
“Se assim fosse, os pobres votariam nos pobres, os negros votariam nos negros”, acrescentou o candidato do PRTB.
Tabata, por sua vez, lamentou a afirmação do adversário e disse que “a mulher, no debate, é o adulto na sala”. “Esses marmanjos não conseguem responder às minhas perguntas nem me dirigir perguntas”, criticou Tabata.
“Vi a notícia de que Pablo Marçal foi recebido na periferia com um protesto com cadeiras. Não defendo a violência, mas a única coisa que disparou nesta eleição foi a rejeição de Pablo Marçal, adivinha quem? Principalmente entre as mulheres da periferia. Estamos sempre sendo subestimados”, completou o deputado.
Marçal elogiou então as propostas do candidato do PSB, mas disse que Tabata não tem chances de ser eleito prefeito.
“Seu plano de governo é brilhante. O problema é que não vai ser executado, você não vai ganhar a eleição”, brincou Marçal. “O esforço de Tabata é parecer o mais sábio. Mas a sabedoria dela é a mais baixa, porque sabedoria é experiência.”
Guilherme Boulos também comentou as declarações de Marçal, classificando sua fala como “preconceituosa”.
“Lamento o discurso preconceituoso, insinuando que quem vota nas mulheres teria menos inteligência. É triste ouvir isso de alguém que quer governar uma cidade como São Paulo.”
Nunes, Marçal e Tabata discutem religião
O debate sobre Folha/UOL Houve uma disputa entre alguns dos candidatos a prefeito de São Paulo envolvendo preferências religiosas.
O primeiro a falar de Deus foi Marçal. “Eles derrubaram minhas redes sociais. Mesmo assim, as ondas continuaram, porque aí vem uma onda de perseguição e todas as coisas, como diz a Bíblia, cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito”, afirmou.
O prefeito Ricardo Nunes rebateu o adversário do PRTB e entrou também no campo religioso.
“Pablo Henrique, essa coisa de querer falar de religião é muito ruim. Você sabe o que parece feio para você? Você vai na Assembleia de Deus, conversa com um grande líder, e depois aposta que ele te apoia e não te apoia. Mentir, isso é ruim”, provocou.
Em seguida, Tabata criticou os dois candidatos por falarem de Deus no debate. “Você sabe por que não falo muito sobre minha fé? Porque eu não preciso disso. A relação que tenho com Deus é com Deus, com a minha comunidade, com a minha igreja”, disse Tabata.
“E eu realmente não acho que esta instrumentalização da fé seja boa nem para nós, cristãos, nem para o que está acontecendo”, acrescentou.
Marçal então criticou o adversário. “Ela [Tabata] Ele fez o discurso mais longo, o discurso cristão mais longo que já fez num debate político, e quero parabenizá-lo, Tabata. Quando não dominamos o assunto, atacamos.”
Marçal fala sobre suposta agressão à esposa de Nunes
Na reta final do debate, Marçal voltou a falar sobre as especulações em torno de um suposto ataque do prefeito Ricardo Nunes à sua esposa.
Em fevereiro de 2011, Regina Carnovale Nunes teria registrado boletim de ocorrência contra Nunes, então vereadora, na 6ª Delegacia da Mulher, na zona sul de São Paulo. Em 2020, em entrevista ao jornal O Estado de S. Pauloporém, a esposa do atual prefeito disse não se lembrar de ter feito o Boletim de Ocorrência. Nunes sempre negou ter agredido Regina.
“Ricardo Nunes, por favor, não vou tocar neste assunto se o explicar de forma definitiva, porque não responde a nenhuma pergunta que algum dos candidatos lhe faça. A questão é: por que sua esposa registrou boletim de ocorrência por violência doméstica?” perguntou Marçal.
Ricardo Nunes acusou o adversário de baixar o nível do debate. “Olha, pessoal, essa é a tática dele. Táticas de alguém que vem trapaceando a vida toda. Não vou cair no golpe dele. Manterei minha estabilidade e respeitarei você. Ele está atacando, atacou o pai do Tabata, atacou o Boulos, atacou o Datena. Não vou cair nessa”, respondeu o prefeito.
“Olha aqui, Pablo Henrique… por que você é Pablo Henrique? É o que aparece na investigação em que você foi condenado. Quão baixo você é. Esse cara é só mentiroso”, continuou Nunes.
“[Marçal] Ele disse que Trump mandou carta, é mentira, ele foi para Camizungo na África, fez um vídeo, filmou, disse que ia construir 300 casas, arrecadou R$ 3 milhões, foram construídas 26 casas lá. Isso é uma farsa. Envolvido com tudo de ruim”, completou Nunes.
No dia 17, logo após ser citada por Marçal em outro debate, a esposa do prefeito publicou um vídeo em sua conta no Instagram negando ter sido vítima de violência por parte do marido.
“Nunca vim aqui no Instagram para falar de política. O meu nome foi mencionado há pouco pelo ‘M’ de mentiroso, Marçal. Ele citou meu nome perguntando se meu marido me batia com uma mão ou com as duas”, disse Regina no vídeo divulgado nas redes sociais.
“Não, Pablo, meu marido nunca me bateu. Diferente de você, que usou as duas mãos para roubar idosos e idosos com os golpes que aplicou pela internet. O que meu marido faz com as duas mãos é trabalhar incansavelmente pela cidade de São Paulo”, acrescentou a primeira-dama da capital paulista.
Maratona de debates
Após o encontro promovido por Folha e UOL, está marcado para esta segunda-feira mais um debate na campanha eleitoral em São Paulo. Com isso, o primeiro turno da disputa municipal terminará com 11 debates realizados.
Esta semana, a última antes do primeiro turno, também haverá um debate sobre TV Globona quinta-feira (3), a partir das 22h. A eleição acontece no dia 6.
No segundo turno, até o momento, estão programados quatro debates (veja lista abaixo).
Veja quando serão os próximos debates em São Paulo:
1ª rodada
- TV Globo: 3 de outubro, às 22h
2ª rodada
- TV Bandeirantes: 14 de outubro, às 22h15
- UOL/RedeTV!: 17 de outubro, às 9h30
- UOL/Folha de S.Paulo: 21 de outubro, 10h
- TV Globo: 25 de outubro, às 22h
empréstimo bom pra crédito
max cred é confiável
empréstimo pessoal inss
bpc emprestimo consignado
emprestimos para negativados rj
max pedidos
whatsapp blue plus download
emprestimo de 20 mil
emprestimo noverde é confiavel
simulação de emprestimo consignado inss
taxa de juros consignado banrisul 2023
financiadoras de emprestimos
empréstimo pessoal bpc