O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relembrou os tempos de auge da pandemia de Covid-19 e não conteve os ataques contra governadores que implementaram políticas de isolamento social em seus estados, em evento político realizado em Goiânia (GO), na terça-feira (24).
Sem citar expressamente o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil)Bolsonaro disse que muitos chefes de executivos estaduais “criaram terror no Brasil” e assustaram a população.
“Eles criaram terror no Brasil. Nós, durante a pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que diziam ‘fique em casa, depois veremos a economia’. Governador covarde! O vírus pegaria todo mundo, não tinha como escapar”, disse o ex-presidente.
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Médico de formação, Caiado acabou rompendo com Bolsonaro logo no início da pandemia, em 2020, justamente por discordar do desrespeito do governo federal às medidas sanitárias para reduzir a propagação do coronavírus. Algum tempo depois, os dois se aproximaram.
Caiado já disse publicamente que pretende concorrer à Presidência da República nas eleições de 2026, caso Bolsonaro continue inelegível. Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente não poderá concorrer a cargos eletivos até 2030.
O atual governador de Goiás já disputou uma vez o Palácio do Planalto, nas eleições de 1989. Caiado ficou em 10º lugar na primeira volta, com 488,8 mil votos (0,72%).
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Além de governador de Goiás por dois mandatos (desde 2019), Ronaldo Caiado foi deputado federal (de 1991 a 1995 e de 1999 a 2015) e senador da República (de 2015 a 2019).
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Em plataformas opostas
Além da divergência em relação ao enfrentamento da pandemia, um dos motivos que pode ter levado Bolsonaro a atacar Caiado são as eleições municipais deste ano – os dois estão em plataformas opostas na capital goiana.
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Governador apoia candidatura do ex-deputado federal Sandro Mabel (União Brasil) à prefeitura de Goiânia (GO), enquanto Bolsonaro está ao lado do ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL).
Em discurso no comício, onde esteve acompanhado do deputado federal Gustavo Gayer (PL), Bolsonaro brincou com o fato de Mabel ser ex-dona da fábrica de alimentos Mabel e se referiu ao ex-deputado como o “candidato aos biscoitos”.
“Tem vários vídeos circulando por aí: o candidato do biscoito, o candidato do donut, um vídeo dele elogiando a Dilma Rousseff, dizendo que ela era uma boa gestora. Em 2014, 2015, sem nenhuma crise no Brasil, esse presidente conseguiu a façanha de desempregar 13 milhões de pessoas”, disse Bolsonaro.
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