O sétimo debate da campanha eleitoral paulista em 2024, promovido pela SBT,Terra e Rádio Nova BrasilFMesta sexta-feira (20), foi um contraponto à série de insultos, insultos e troca de acusações entre os principais candidatos que marcaram os encontros anteriores.
Desta vez, diante de regras mais rígidas e após um “puxão de orelha” do mediador, o apresentador Cesar Filho, os principais concorrentes ao governo da maior cidade do Brasil evitaram ataques pessoais e tentaram focar nas propostas.
Desde o início do debate ficou claro que Ricardo Nunes (MDB), Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB) tentou “isolar” Pablo Marçal (PRTB)evitando perguntas e confrontos diretos com o influenciador.
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O candidato do PRTB, por sua vez, tentou vestir uma roupagem “paz e amor”, mostrando uma versão mais comedida e moderada, até então inédita na campanha paulista.
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“Perdão” e “jogo do tigrinho”
Em sua primeira aparição no programa, ao interagir com Tabata Amaral, Marçal disse que teve que adotar um comportamento mais agressivo em debates anteriores para “expor” seus adversários.
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“Quero aproveitar a oportunidade e pedir perdão a todos os eleitores de São Paulo”, disse Marçal. “A campanha começa para valer agora. Minha tentativa até o último debate foi expor o caráter de cada um”, continuou o candidato.
“Não adianta ouvir propostas de 10 candidatos quando elas não são viáveis espiritualmente”, disse o influenciador.
“Em todos os debates, nunca fui palhaço. Sempre respondi aos palhaços. A Tabata, que parece a menina mais comportada de todas, simplesmente cedeu esse espaço”, acrescentou Marçal, depois de ser comparado pelo seu adversário ao “jogo do tigre”.
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“Pablo Marçal é como o joguinho do tigre: promessas fáceis que podem até atrair quem está desiludido, mas que prejudicam a vida da maioria das pessoas”, afirmou o parlamentar.
“Quantas pessoas ainda não fizeram os cursos dele, onde ele promete tudo isso e agora o processam? O que ele fez em Angola é desolador. As ações judiciais que ele enfrenta, os golpes que ele desferiu na quadrilha”, continuou o candidato.
Apesar das críticas a Tabata, Marçal tentou demonstrar um comportamento mais comedido e ainda elogiou o candidato do PSB por ter apresentado o projeto Pé-de-Meia – programa de incentivo financeiro-educacional destinado a alunos matriculados no ensino médio público beneficiados pelo Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico).
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“Parabéns por você ter dado o pontapé inicial e ao governo federal, que financia isso”, disse o candidato do PRTB.
Críticas a Nunes
Ao contrário dos debates anteriores, em que se referiu a Ricardo Nunes como uma “bananinha”, Marçal criticou o autarca, mas procurou evitar ofensas diretas.
A certa altura, o candidato do PRTB disse que Nunes “tem boletim de ocorrência em relação a brigas familiares, violência doméstica e está envolvido com mais de 100 pessoas da máfia de creche da Polícia Federal”.
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Em outro debate desta semana, organizado pela RedeTV!, nesta terça-feira (17), Marçal acusou Nunes de agredir a esposa, Regina Carnovale Nunes. Horas depois, ela publicou um vídeo em sua conta do Instagram negando ter sido vítima de violência por parte do marido.
Em fevereiro de 2011, Regina teria feito boletim de ocorrência contra Nunes, então vereador, na 6ª Delegacia da Mulher, na zona sul de São Paulo. Em 2020, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, porém, a esposa do atual prefeito disse não se lembrar de ter feito o BO. Nunes sempre negou que tenha agredido Regina.
Boulos, por sua vez, acusou o prefeito de São Paulo, candidato à reeleição, de mudar de postura em relação à defesa da obrigatoriedade da vacinação na capital paulista.
O psolista criticou duramente a gestão de Nunes em São Paulo e afirmou que o prefeito muda de opinião para agradar aliados.
“A postura de Ricardo Nunes varia consoante a eleição. Teve a oportunidade em 3 anos e meio e não fez. Só agora ele começou a descerrar placas, obras que não conseguirá terminar”, disse Boulos.
“Esses dias vi Nunes dizendo que errou ao defender a obrigatoriedade da vacinação. Para agradar aos aliados políticos, ele diz que não defende mais e continua mudando de posição”, acrescentou Boulos, citando entrevista recente ao emedebista.
Como vice-prefeito de São Paulo no governo de Bruno Covas (PSDB) – falecido em 2021 –, Nunes defendeu a decisão da prefeitura de obrigar os paulistanos a se vacinarem contra a Covid-19, no auge da pandemia. Na entrevista citada por Boulos, o agora prefeito diz que mudou de ideia.
“O nível está tão bom e você quer baixar?”, rebateu Nunes ao responder ao deputado do PSOL.
“Eu sou o prefeito que fez de São Paulo a capital mundial da vacina”, continuou Nunes. “O que eu falei é que precisamos corrigir o que cometemos de erro, que foi a questão do passaporte [da vacina]ter que comparecer para ir a uma igreja ou a um restaurante”, finalizou.
Ricardo Nunes tem como líder eleitoral nas eleições deste ano o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)um oponente declarado da vacinação obrigatória. Quando estava no governo federal, Bolsonaro criticou a gestão Covas em São Paulo por suas medidas de combate à Covid-19.
“A culpa é sempre do agressor”
No último bloco do debate, Pablo Marçal subiu um pouco o tom e falou sobre o ataque de que foi vítima no domingo (15), quando foi jogado em uma cadeira por José Luiz Datena.
Naquela ocasião, em meio ao debate do TV CulturaDatena agrediu Marçal após empresário e influenciador acusar o tucano de assediar sexualmente ex-funcionária da empresa TV Bandeirantes. O caso foi arquivado pelo Ministério Público.
Após o ataque, Datena foi expulso do debate e Marçal foi levado diretamente ao hospital.
“Aqui no nosso debate há dois homens que são agressores, cada um à sua maneira. Não falei o nome, então não há direito de resposta”, afirmou Marçal, referindo-se a Datena e Nunes, mas sem mencioná-los.
“Não podemos mais tolerar homens fracos, incapazes de combater ideias e que recorrem à agressão. Eu sou um símbolo de alguém [que foi vítima] daqueles que não conseguem debater ideias e vão em frente”, continuou Marçal.
“A culpa é minha? A culpa é da mulher que está de saia curta? De quem é a culpa? A culpa é sempre do agressor. E vamos combater isso com veemência”, concluiu a candidata do PRTB.
Maratona de debates
Ainda esta semana, foram realizados três debates entre os candidatos ao governo da maior cidade do Brasil. No domingo (15), o encontro promoveu TV Cultura ficou marcado pela cadeira de rodas que José Luiz Datena (PSDB) acertou Pablo Marçal (PRTB) durante o programa – o tucano foi expulso, enquanto o adversário foi direto para o hospital.
Na terça-feira (17), foi a vez dos candidatos se reunirem no RedeTV!num debate promovido em parceria com o UOL.
Depois da reunião às SBTpara esta sexta-feira, estão programados mais quatro debates da campanha eleitoral em São Paulo. Se todos eles forem, de fato, realizados, o primeiro turno da disputa municipal terminará com 11 debates realizados.
Na próxima semana, o primeiro encontro está marcado para segunda-feira (23), nos estúdios do canal Fluxo (no YouTube). No sábado (28), o debate acontecerá no Gravação de TV.
Na semana seguinte, a última antes do primeiro turno, haverá debates sobre Folha/UOL (dia 30) e o TV Globo (3 de outubro). A eleição acontece no dia 6.
Veja quando serão os próximos debates em São Paulo:
1ª rodada
- Podcast de fluxo/Notícias de fluxo: 23 de setembro, às 19h
- Gravação de TV: 28 de setembro, às 21h
- UOL/Folha de S.Paulo: 30 de setembro, às 10h
- TV Globo: 3 de outubro, às 22h
2ª rodada
- TV Bandeirantes: 14 de outubro, às 22h15
- UOL/RedeTV!: 17 de outubro, às 9h30
- UOL/Folha de S.Paulo: 21 de outubro, 10h
- TV Globo: 25 de outubro, às 22h
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