O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (18), que o governo espera ter o “verão com menos dengue da história” do país. O Chefe do Executivo afirmou que o compromisso com a prevenção da doença deve ser assumido por toda a sociedade.
O governo apresentou nesta quarta-feira o plano de ação 2024/2025 de combate à dengue e outras arboviroses, como zika, chikungunya e febre oropouche. A estratégia foi apresentada em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, com a participação da ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“A Nísia está muito preparada e o Ministério da Saúde está se preparando, e queremos ver se conseguimos antecipar [o combate] e, se Deus ajudar, queremos ter o verão com menos dengue da história deste país”, afirmou Lula.
Sobre a declaração de Lula, Nísia afirmou que o presidente lançou um “desafio” ao governo e ao país. Para ela, Lula tem “total razão” em ter essa meta, embora as projeções não indiquem essa redução concreta, mas sim uma tendência de menor gravidade do que a registrada neste ano.
“O estudo de cenário, como eu disse que temos, não indica – em princípio, tudo tem que ser monitorado – um aumento absoluto de casos em relação ao que viveremos em 2024. […] Dificilmente teremos um verão com o menor número de casos da história, mas devemos ter isso como meta”, disse.
Na apresentação, Lula disse ainda que o foco atual do governo está em ações de curto e médio prazo. “O que queremos é passar a ideia de que cada cidadão brasileiro é seu médico no tratamento da dengue. Temos que cuidar da nossa casa”, declarou Lula.
Plano de ação
As ações do plano estão divididas em seis eixos: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação para emergências, comunicação e participação comunitária. As medidas serão implementadas pelo Executivo em parceria com estados e municípios.
“O objetivo é reduzir os casos prováveis e o número de mortes”, disse Nísia Trindade. Ela declarou que, dentro do Orçamento do Departamento, está previsto um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão para todas as ações, como aquisição de vacinas e portarias emergenciais.
Segundo o ministro, o que explica o aumento dos casos de dengue no país este ano são as alterações climáticas e as características do vírus e dos quatro serótipos, razão pela qual o governo decidiu antecipar a apresentação do plano nacional.
Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a agosto, houve um aumento de 300% no total de casos em relação ao mesmo período do ano passado.
Dados do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados nesta terça-feira (17), registram 5.360 mortes por dengue em 2024. Outras 1.867 mortes estão em investigação para saber se têm relação com a doença. Os casos prováveis ultrapassam 6,5 milhões.
Entre as medidas previstas no plano está a “incorporação gradual” de vacinas contra dengue, de acordo com a produção dos fabricantes. Outra ação prevista é o mutirão para cirurgias em crianças com sequelas do Zika.
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