O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou, com vetos, o projeto de lei que prevê o reembolso gradual da folha salarial de 17 setores da economia e de pequenos e médios municípios, e define compensação pela renúncia fiscal que a medida irá gerar este ano.
O texto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (16), no prazo estabelecido pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo solicitação da Procuradoria-Geral da República (AGU).
Caso Zanin não aceitasse o prazo adicional, os setores produtivos e municípios beneficiados pela isenção teriam que retomar o pagamento de impostos a partir da última quinta-feira (12). Nessa data, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do projeto.
A lei prevê uma reintegração gradual de 2025 a 2027.
A isenção em 2024 substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de pagamento por uma tributação de 1% a 4,5% sobre a receita bruta.
A partir do ano que vem, os empresários passarão por uma cobrança híbrida, que mesclará parte da contribuição sobre a folha de pagamento com o imposto sobre a receita bruta.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirma que a sanção de Lula encerra um longo caminho de amadurecimento das discussões entre o governo e o Congresso Nacional sobre o tema.
“O consenso alcançado representa uma solução muito favorável para setores da economia e, principalmente, para os municípios brasileiros, que passam a contar com uma medida muito relevante de equilíbrio das contas públicas”, finaliza Pacheco.
Vetos
O Diário Oficial da União traz a mensagem presidencial com a justificativa dos vetos realizados ao texto aprovado pelo Congresso Nacional.
Um dos dispositivos vetados foi o artigo 19 do projeto de lei, na parte em que estabelece o Capítulo II-A e na parte em que inclui o art. 15-A da Lei nº 13.988, de 14 de abril de 2020.
O Capítulo II-A cria os Centros de Cobrança e Negociação de Créditos Não Tributários, com competência transversal para a realização de contratos de operações de resolução de litígios relativos a contencioso administrativo ou judicial ou de cobrança de débitos inscritos em dívida ativa ou de titularidade da União, de autarquias e fundações detidas por pessoas físicas ou jurídicas, observadas as regras aplicáveis à operação de cobrança de dívida ativa de que trata esta Lei, ressalvadas as questões que envolvam créditos tributários.
Segundo a justificativa do veto, a inclusão feita pelo dispositivo “introduz, detalhadamente, o sistema de centrais de arrecadação e negociação de créditos não tributários, atribuindo competências, com base no seu conteúdo, transversalmente às unidades administrativas do Poder Executivo Federal , para meios de propor uma iniciativa parlamentar”.
“Assim, o dispositivo, por implicar alterações na organização e no funcionamento da Administração Pública, exige iniciativa de proposta legislativa do titular do Poder Executivo, nos termos do art. 61, II, ‘e’, da Constituição, de modo que o preceito sofre de vício de inconstitucionalidade.”
Também foi vetado o artigo 24, que definia que seriam destinados recursos prioritários à AGU e ao Ministério da Fazenda para o desenvolvimento de sistemas de cobrança e soluções negociáveis de conflitos para a Advocacia-Geral da União e a Receita Federal.
“Apesar das boas intenções do legislador, o dispositivo vai contra o interesse público, pois restringe a alocação de recursos prioritários ao desenvolvimento de sistemas de cobrança e soluções negociáveis de conflitos a órgãos específicos, o que prejudica a adoção de critérios de oportunidade e conveniência na destinar recursos para a política pública de regularização de crédito”, diz a justificativa do veto.
Outro dispositivo vetado foi o artigo 26, que diz que o Executivo nomeará, no prazo de 90 dias, o responsável pelos custos de desenvolvimento, disponibilização, manutenção, atualização e gestão administrativa de um sistema unificado de constituição, gestão e arrecadação de não- créditos tributários na fase administrativa de órgãos e fundações públicas federais.
Na avaliação da AGU, o dispositivo em questão fere a Constituição, ao impor prazo para que o chefe do Executivo Federal nomeie uma unidade administrativa responsável pelas tarefas elencadas. “Essa exigência representaria interferência indevida do Poder Legislativo nas atividades do Poder Executivo, uma vez que a direção superior da administração pública federal é de competência exclusiva do Presidente da República.”
Outro veto, sugerido pelo Ministério da Fazenda, foi o artigo 48, que diz que os recursos existentes em contas de depósito ou que tenham sido repassados ao Tesouro Nacional — recursos esquecidos — poderão ser reclamados das instituições financeiras até 31 de dezembro de 2027.
Ao justificar o veto, o governo argumentou que “o dispositivo vai contra o interesse público, pois designa um prazo para reclamação de recursos esquecidos em contas de depósito que conflita com o prazo previsto para o mesmo fim nos artigos 45 e 47 da proposta”.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Conheça os benefícios de ser mesário voluntário nas eleições
bmg consultar proposta
banco bmg brasilia
bmg aracaju
emprestimos funcionarios publicos
qual o numero do banco bmg
simulador empréstimo consignado servidor público federal
whatsapp do bmg
telefone bmg 0800
rj emprestimos
melhor emprestimo consignado
simulador emprestimo funcionario publico
consignado publico