Ariel de Castro Alves era secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Ministério dos Direitos Humanos, quando começou a perceber, segundo reportagem feita ao CNNque o ambiente em que trabalhava não correspondia necessariamente ao que o ministério pregava.
“As pessoas trabalharam num ambiente de extrema tensão, num ambiente que entendo ser uma violação dos direitos humanos, um ambiente incompatível com as características do Ministério”, disse. CNN.
O ex-secretário trabalhou ao lado de Silvio Almeida no período de transição governamental e também ajudou na construção do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ele ocupou o cargo de secretário por aproximadamente 100 dias. Neste período, afirma que não conseguiu ter reuniões individuais com Almeida, apesar do seu orientador “ter solicitado várias vezes”.
Sobre o seu dia-a-dia no Ministério, diz viver num ambiente de “tensão” e “constrangimentos”.
Ariel citou um caso que, segundo ele, foi um possível “gatilho” para sua demissão.
“Entendi mais tarde que a gota d’água para a demissão teria sido uma reunião marcada a pedido da assessora da primeira-dama (Janja). A assessora dela ligou para minha equipe solicitando um encontro para ela conhecer a Secretaria Nacional da Criança e do Adolescente e também o Conselho Nacional da Criança e do Adolescente, que eu também presidi”, conta.
Segundo ele, a ideia do encontro deixou o ministro — que também foi convidado para o encontro — “transtornado”.
“É por isso que ele [Silvio Almeida] Ele até pediu, por carta, que apresentássemos todos os temas que seriam discutidos, tudo o que eu diria na reunião precisava estar incluído em um texto que eu tinha que enviar”, disse e acrescentou que tinha menos de 24 horas para produzir o material.
Após a reunião, Ariel diz ter recebido uma ligação de Almeida, que o criticou por “não cumprir as atribuições da secretaria” e que “correria o risco de ser demitido”.
Então foi feito. Dez dias depois, em 4 de maio de 2023, foi chamado ao gabinete do ministro que o exonerou do cargo.
“Ele [Silvio Almeida] Ele espalhou para membros do governo e entidades que eu fui insubordinado por não aceitar ordens dele, por ser negro, querendo insinuar que eu era racista”, disse ao falar sobre sua demissão.
Após deixar o ministério, Ariel afirma nunca mais ter tido contato com Almeida.
“Sonho que virou pesadelo”
“Tínhamos um sonho que era, de facto, criar um ministério activo na defesa dos direitos humanos, mas sobretudo que não violasse os direitos humanos dos seus próprios funcionários. Então esse sonho acabou virando um grande pesadelo. Essa esperança acabou virando decepção e frustração”, disse o ex-secretário sobre as denúncias de suposto assédio sexual cometidas pelo ministro Silvio Almeida e reveladas pelo portal Metrópoles na semana passada.
Ele afirma que muitos deixaram o departamento após sua demissão.
“Mais de 50 assessores, pessoas que ocupavam cargos de comissão, pessoas que tinham histórico de defesa dos direitos humanos, ficaram decepcionados com a gestão e saíram do Ministério. Dessas mais de 50 pessoas, 31 pediram demissão e outras foram exoneradas em possíveis episódios de abuso de autoridade”, afirma o ex-secretário.
Para ele, o momento é de tristeza, mas também de “um certo alívio”.
“É um momento muito triste para todos nós que trabalhamos na área dos direitos humanos. Já é uma realidade muito estigmatizada, que sofre e acabou agora por se envolver neste enorme escândalo que acaba por gerar menos credibilidade para uma luta que é fundamental”, acrescentou.
Relatos de assédio sexual
Sobre as denúncias de suposto assédio sexual e moral, supostamente cometidas por Silvio Almeida, o ex-secretário diz que “fatos já circulavam em Brasília”.
Ele tomou conhecimento dos fatos e também de que a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, seria uma possível vítima em janeiro deste ano.
“Fiquei sabendo através de integrantes do próprio movimento negro e também de assessores, ex-assessores do ministério de situação, diversas situações de assédio moral e sexual. Inclusive o caso da ministra Anielle”.
Olhos no futuro
A partir de agora, Ariel diz esperar que “tudo seja devidamente investigado” e que “todas as pessoas que tenham informações sejam ouvidas”.
“Não queremos nenhum tipo de denúncia. Respeitaremos a ampla defesa, o contraditório, o devido processo legal, mas queremos o esclarecimento de todos os fatos para que isso nunca mais aconteça no Ministério dos Direitos Humanos, nem em qualquer outra secretaria, seja municipal, estadual e muito mais. menos na esfera federal”, acrescentou.
O CNN tenta entrar em contato com Silvio Almeida.
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