A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), mais três dias úteis para sancionar o projeto de lei que trata da reintegração gradual da folha salarial de setores e municípios.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisava assinar a sanção até o final desta quarta-feira (11), prazo estabelecido pelo STF para uma solução sobre o assunto entre o Congresso e o governo.
Caso Zanin não aceite o prazo adicional, os setores produtivos e municípios beneficiados pela isenção deverão retomar o pagamento de impostos a partir desta quinta-feira (12).
A Câmara dos Deputados deve finalizar a análise do projeto nas próximas horas. O texto-base foi aprovado na última ata desta quarta-feira, mas os parlamentares ainda precisam analisar os destaques (sugestões de alterações) do texto e a alteração de redação antes de proceder à sanção.
Após a aprovação do texto base, por volta das 00h10, a AGU entrou em contato com o STF pedindo a prorrogação do prazo. No pedido, a AGU vê o diálogo interinstitucional como “bem sucedido” e afirma que são necessários mais três dias apenas para que o texto seja sancionado pelo Presidente da República.
“Diante do exposto, solicita-se respeitosamente que o prazo para suspensão da ação e prospecção dos efeitos da decisão que suspende a eficácia da medida cautelar seja prorrogado por mais 3 (três) dias úteis excepcionais, unicamente para finalizar a legislação processo na fase regulamentada pelo artigo 66 da Constituição (sanção/veto)”, afirma a AGU.
Qual é o projeto de reembolso?
O projeto cria alternativas para compensar os cortes de impostos sobre a folha de pagamento em 17 setores econômicos e municípios. A isenção beneficia setores econômicos e municípios de pequeno porte, atualmente isentos da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).
O projeto mantém a isenção durante 2024, mas estabelece, a partir de 2025, um aumento gradual. A transição durará até 2027, com aumento de 5% a cada ano, a partir do ano que vem, até atingir a alíquota de 20% na folha de pagamento em 2028.
Em 2024, o governo estima que o alívio fiscal custará R$ 26,2 bilhões. Nos quatro anos, mesmo com o reoneração gradual, o custo estimado, segundo o relator, é de R$ 44 bilhões até 2027.
Compensação
O texto determina que os setores voltem a pagar impostos ao Governo Federal de forma gradual entre 2025 e 2027 – ano em que as alíquotas voltarão a ser cobradas integralmente.
No Senado, o relator da proposta e líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), definiu oito formas de garantir recursos para compensar a isenção fiscal entre 2025 e 2027. O texto aprovado pela Câmara manteve as alternativas propostas por Wagner.
As medidas apresentadas para compensar a isenção são:
- atualização do valor dos bens móveis e imóveis;
- atualização do regime de declaração de recursos não declarados ou declarados incorretamente;
- Programa Desenrola para agências reguladoras;
- “pente de dentes finos” para investigar fraudes no pagamento de benefícios sociais;
- recuperação de recursos “esquecidos” no sistema financeiro;
- multas para empresas que não apresentarem declaração sobre benefícios fiscais à Receita Federal, além de regras para adesão a novos benefícios;
- depósitos judiciais e extrajudiciais.
Relator recusou
Inicialmente, o relator do projeto foi o deputado Any Ortiz (PSD-RS). A votação começou tarde, por volta das 21h40, porque a parlamentar não estava em Brasília.
Porém, por volta das 23h, ao chegar ao plenário, o deputado decidiu abandonar a reportagem do texto. Ela defendeu que a reoneração gradual prejudica os setores econômicos, e criticou o fato de a votação ter ocorrido horas antes de terminar o prazo estipulado pelo STF.
“Pelos meus princípios, por tudo que me orientou aqui hoje, infelizmente não posso assinar esse relatório da forma como foi feito, no prazo, sem possibilidade de construção. Como deputado federal, assumo as responsabilidades que tenho junto aos 17 setores para evitar demissões em massa neste país”, afirmou o deputado.
O relator do texto foi o deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara.
Alteração de redação
A alteração de redação, que deve ser analisada nesta quinta-feira, visa atender orientação feita pelo Banco Central (BC). Em nota técnica, o BC argumentou que o artigo do texto, que trata da recuperação de recursos “esquecidos” no sistema financeiro, gerava insegurança jurídica.
O texto determina que o Tesouro Nacional poderá se apropriar de recursos existentes em contas de depósito em instituições financeiras, cujos registros não tenham sido atualizados na forma definida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM), e que não tenham sido reclamados no prazo de 30 dias após a publicação do a lei. O Tesouro estima que essa medida trará R$ 8,6 bilhões aos cofres públicos.
O projeto também determinou que os valores seriam considerados como receita orçamentária primária para todos os fins estatísticos utilizados no cálculo do resultado primário. Essa responsabilidade é do Banco Central.
Na nota técnica, o BC diz que o projeto obriga a instituição a promover registros de superávit primário. A alteração de redação sugere a retirada do trecho que determinava a entrada de valores no cálculo do resultado primário. Os deputados ainda precisam aprovar esse item.
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