A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (9), a urgência de dois projetos da agenda econômica: o texto sobre a desoneração da folha salarial de setores e municípios, e o projeto sobre a renegociação da dívida dos estados com a União.
Com a urgência aprovada, os textos poderão ser analisados diretamente pelo plenário, sem necessidade de votações em comissões temáticas.
Nesta segunda-feira, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que espera que o conteúdo das propostas seja aprovado na terça-feira (10).
Renovação gradual da folha
Aprovado pelo Senado em agosto, o projeto cria alternativas para compensar a desoneração da folha de pagamento em 17 setores econômicos e municípios. O projeto ainda não tem relator definido.
A isenção foi estendida até 2027 no ano passado. Beneficia setores econômicos e municípios de pequeno porte, hoje isentos da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).
O projeto em análise determina que os setores voltem gradativamente a pagar impostos ao governo federal entre 2025 e 2027 – ano em que as alíquotas voltarão a ser integralmente recolhidas.
No Senado, o relator da proposta e líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA), definiu oito formas de garantir recursos para compensar a isenção fiscal entre 2025 e 2027.
O governo tem pressa em votar o projeto de isenção porque o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o Congresso e o governo definam uma solução para a questão até 11 de setembro
Dívida do Estado
O projeto, aprovado em agosto pelo Senado, institui o Programa de Pagamento da Dívida dos Estados (Propag) para a renegociação de mais de R$ 740 bilhões em dívidas das unidades federativas com a União.
O projeto prevê o pagamento da dívida em até 30 anos, corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – atualmente em 4,5% ao ano – mais uma alíquota que varia entre 2% e 4%, dependendo do acordo firmado. no momento do contrato.
Esse foi um dos principais pontos do debate entre parlamentares e a equipe econômica e executivos locais durante as negociações no Senado. Hoje, os juros são de 4% mais IPCA ou Selic (atualmente 10,25% ao ano).
Pelo texto aprovado pelo Senado, o pagamento das parcelas ocorrerá de forma progressiva ao longo de cinco anos.
A proposta prevê ainda que 1,5 pontos percentuais dos juros pagos pelos Estados serão destinados a um fundo de equalização que visa promover a equidade entre os Estados e financiar investimentos em áreas prioritárias, como a educação e as infraestruturas.
O relator na Câmara ainda não foi definido.
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