Em um dia de intensas visitas aos gabinetes de senadores, o indicado à presidência do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, ouviu nesta terça-feira (3) questionamentos sobre o cenário econômico. Ele foi questionado por parlamentares sobre inflação, câmbio e política de juros.
Ainda no Senado, onde precisará passar por sabido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e ter seu nome aprovado no plenário, o atual diretor de Política Monetária do BC almoçou com líderes partidários da base do governo.
Senadores presentes nas reuniões reportaram ao CNN que Galípolo apresentou um horizonte positivo para a economia e disse que o cenário para o câmbio merece atenção.
O diretor do BC destacou o crescimento do PIB acima do esperado no segundo trimestre de 2024, cujos números foram divulgados nesta terça, e o controle da inflação.
Galípolo destacou ainda que há expectativa de aumento sazonal dos preços no final do ano, algo típico do período, mas que as taxas de inflação devem permanecer dentro da meta.
Quanto ao câmbio, o indicado comentou que a volatilidade é um ponto de atenção do BC, já que o dólar mais alto pressiona a inflação. A moeda americana tem apresentado aumentos constantes.
Nesta terça-feira, o dólar fechou a R$ 5,60, após queda nos preços das commodities e publicação de resultados fracos da indústria.
Galípolo ainda deverá ter pautas para os próximos dois dias no Senado. Os líderes governamentais ainda tentam negociar para que a audiência do CAE ocorra na próxima semana.
Por ser diretor do BC e membro do Comitê de Política Monetária (Copom), o dia 10 de setembro seria o último da audiência antes do “silêncio do Copom”.
O dispositivo do BC exige que os membros do Copom evitem manifestações sete dias antes do início da reunião —que, desta vez, está marcada para 17 e 18 de setembro.
Segundo os parlamentares, haveria a possibilidade de Galípolo se ausentar da próxima reunião e, portanto, não estar sujeito à regra.
Depois que o nome é aprovado pela comissão, a indicação é votada em plenário.
Parlamentares de base e oposição consideram improvável uma votação em setembro, mas aguardam a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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