O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu extinguir a Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, criada em maio deste ano para intensificar a ajuda do governo federal ao estado devastado pelas enchentes de abril, atualmente comandado pelo Paulo Pimenta (PT-RS).
Segundo informações do jornal Folha de S.PauloPimenta deve retornar à Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República no dia 12 de setembro, pouco antes do término do prazo de vigência da Medida Provisória (MP) que instituiu a pasta destinada ao Rio Grande do Sul.
A prorrogação do prazo para a secretaria extraordinária manter suas atividades dependeria da aprovação do Congresso Nacional. A MP vale até 25 de setembro.
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De acordo com FolhaHá algumas semanas, o próprio Paulo Pimente admitiu a aliados que quer voltar à Secom. A leitura do governo é que o ministro sofreu “fogo cruzado” no Rio Grande do Sul, em meio à disputa entre os governos federal e estadual – comandados pelo governador Eduardo Leite (PSDB)Adversário de Lula, que tem criticado o Executivo federal por uma suposta lentidão nas ações de apoio e na liberação de recursos ao estado.
Além disso, o Planalto teria considerado “tímida” a atuação de Pimenta à frente da secretaria. O ministro também foi criticado quando comandou a Secom e acabou vacilando no cargo.
Atualmente, a Secom tem Laércio Portela como ministro interino, que tem recebido elogios de Lula. Ele deverá deixar o cargo, porém, para que Pimenta retorne ao posto.
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O plano de Lula seria transformar a secretaria especial do Rio Grande do Sul, que hoje tem status de ministério, em órgão vinculado à Casa Civil, comandado pelo ministro Rui Costa (PT).
Críticas do governador
Desde o início de sua atuação à frente da nova secretaria, Paulo Pimenta está em rota de colisão com o governador Eduardo Leite e seus aliados. O governo do Rio Grande do Sul reprovou a criação do departamento e, na época, Leite reclamou com Lula por não ter sido informado sobre a nova estrutura governamental no estado.
Na época, um dos principais líderes do PSDB em nível nacional e intimamente ligado a Leite, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG)classificou a nomeação de Pimenta como uma “excrescência”.
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Segundo Aécio – que foi candidato à Presidência da República em 2014, derrotado no segundo turno por Dilma Rousseff (PT) –, Lula deveria ter consultado o próprio Leite antes de escolher Pimenta para o cargo. A decisão do presidente, segundo o PSDB, foi um desrespeito ao governador.
Possível candidato em 2026
Paulo Pimenta foi considerado um provável candidato petista para suceder Leite no governo do Rio Grande do Sul, em 2026. Como já está no segundo mandato consecutivo como governador, o tucano não poderá concorrer ao Palácio Piratini nas próximas eleições .
Estando à frente das ações do governo federal em favor da reconstrução do estado, o governo esperava que Pimenta ganhasse projeção e até dimensão nacional, o que o qualificaria para a disputa eleitoral em 2 anos.
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No Palácio do Planalto, interlocutores do presidente dizem que a motivação político-eleitoral não foi o fator determinante para a indicação de Pimenta ao cargo, embora tenha pesado na balança. Esses aliados de Lula acreditam que a ligação do ex-ministro da Secom com o Rio Grande do Sul tornou a escolha quase “inevitável”. Pimenta nasceu na cidade de Santa Maria (RS), uma das mais afetadas pelas chuvas de abril e maio deste ano.
Por outro lado, no próprio ambiente de Lula, foram muitos os que recomendaram que o presidente optasse por um nome mais “neutro” para o cargo, de preferência não filiado ao PT. Um dos especulados para a tarefa foi o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Lula ouviu, considerou, mas fez a escolha final por Pimenta.
Tradicionalmente competitivo na capital Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, o PT perdeu força nos últimos anos e não governa o estado desde 2015, quando Tarso Genro deixou o Palácio Piratini após 4 anos de gestão. Antes, o partido elegeu Olívio Dutra, em 1998 (governou entre 1999 e 2003).
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Desde a saída de Tarso, o Rio Grande do Sul foi governado por José Ivo Sartori (PMDB), de 2015 a 2019; e Eduardo Leite (PSDB), duas vezes, de 2019 a 2022 e desde janeiro de 2023.
A trajetória política de Paulo Pimenta
Nascido em Santa Maria (RS), em 19 de março de 1965, Paulo Pimenta é jornalista de formação. Antes de ingressar na política partidária, teve um longo envolvimento no movimento estudantil.
Seu primeiro cargo público foi como vereador em Santa Maria, por 2 mandatos, entre 1993 e 1998. Em fevereiro de 1999, chegou à Assembleia Legislativa estadual (eleito no ano anterior).
Eleito para a Câmara dos Deputados em 2002, ano em que o PT chegou pela primeira vez ao Palácio do Planalto com a vitória de Lula nas eleições presidenciais, Paulo Pimenta iniciou uma série de seis mandatos consecutivos e tornou-se um dos nomes mais atuantes no o banco. Membro do PT.
Foi eleito deputado federal em 2002, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022. Em 1º de janeiro de 2023, tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação Social no terceiro governo Lula.
Antes, sua principal experiência no Poder Executivo havia sido em Santa Maria, como vice-prefeito, eleito em 2000, na chapa com Valdeci Oliveira (PT).
Durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), Paulo Pimenta esteve à frente da Comissão Mista de Orçamento do Congresso, entre 2012 e 2013, no primeiro mandato do petista.
Atualmente, é o único gaúcho do primeiro escalão do governo Lula.
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