Integrantes da Polícia Federal (PF) estimam que o número de imigrantes detidos no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, deve diminuir consideravelmente dentro de 30 dias. O motivo são as restrições aplicadas a pessoas sem visto que foram determinadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Os agentes acreditam que, ao impedir a entrada destes imigrantes, os pedidos de asilo deveriam ser concedidos mais rapidamente. Hoje, um dos principais problemas no controle migratório são os estrangeiros que aguardam assistência para obter um protocolo para seu pedido de asilo.
Enquanto aguardam o documento, os migrantes ficam presos dentro do edifício do aeroporto. A situação levou a Defensoria Pública da União (DPU) a alertar sobre a necessidade de melhoria do atendimento no local.
O órgão afirmou que mais de 550 imigrantes estavam em área restrita do terminal, muitos com sintomas semelhantes aos da gripe, sem cobertores, agasalhos, alimentação adequada e com acesso restrito a banhos e higiene, segundo a assessoria da defensoria.
A partir da próxima segunda-feira (26), o governo vai restringir a entrada de imigrantes sem visto, quando a nacionalidade de origem exige o documento para entrar no Brasil.
A medida foi tomada após a Polícia Federal (PF) identificar fraudes em pedidos de asilo. O CNN teve acesso ao relatório com alerta às autoridades, no dia 4 de julho.
Um relatório da PF identificou que, desde 2023, aumentou o número de cidadãos nepaleses, vietnamitas, indianos e paquistaneses que chegam em voos internacionais para fazer conexão no Aeroporto de Guarulhos (SP), mas não seguem para os destinos listados nas passagens aéreas.
De janeiro de 2023 até junho deste ano, 8.327 pessoas solicitaram refúgio no aeroporto, mas apenas 117 (1,41%) deram continuidade ao procedimento no país, o que significa que 8.210 ou 99,59% dos solicitantes já saíram do Brasil ou estão em território brasileiro de forma irregular.
Como essas nacionalidades necessitam de visto para entrar no país, ao solicitar refúgio, os migrantes podem permanecer no Brasil enquanto seus pedidos são analisados. A PF apurou que a maior parte desses requerentes deixou o país em menos de 30 dias.
O percurso de pessoas dessas nacionalidades dentro do Brasil geralmente inclui a saída do território pela fronteira do Acre. Para os pesquisadores, isso demonstra que o instituto do refúgio pode ser utilizado como subterfúgio para a migração irregular, principalmente para países norte-americanos, promovendo o tráfico de pessoas.
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