O Supremo Tribunal Federal (STF) promoveu na última terça-feira (21) um almoço com os ministros do tribunal, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Rui Costa (Casa Civil), o procurador-geral da União, Jorge Messias, e o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que selaram um acordo sobre regras para dar mais transparência na liberação de emendas orçamentárias.
Porém, o encontro foi marcado por tensões e golpes. Segundo uma fonte ouvida por Folha de S.Pauloem todos os momentos algum participante refutou o que o outro disse. Em sua primeira intervenção, Lira afirmou que a sociedade e a imprensa diziam que o placar da reunião estava 2 a 1 ou 14 a 2, em alusão a uma suposta dupla entre Judiciário e Executivo nas decisões que bloquearam o repasse de emendas . parlamentares.
Há consenso entre os parlamentares de que representantes do governo Lula participaram das decisões do ministro Flávio Dino, do STF, e que posteriormente foram referendadas pelo plenário da corte, suspendendo o pagamento de emendas.
Dino é aliado do presidente Lula, foi ministro em seu governo e posteriormente foi indicado pelo petista para ocupar uma cadeira no STF.
O ministro Flávio Dino, por sua vez, disse mais de uma vez que era preciso acabar com o “craque” das emendas de bancada, modalidade em que parlamentares de cada estado definem prioridades para suas regiões.
Rui Costa também aludiu a este termo, o que provocou reações imediatas tanto de Lira como de Pacheco. O presidente da Câmara afirmou contundentemente que rejeitou o uso da expressão “rachado” para tratar da emenda.
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Além disso, o deputado fez uma escavação. “E os ministros da Agricultura e das Cidades, que enviaram metade dos recursos da emenda para os seus próprios Estados?” perguntou o deputado, em alusão aos ministros Carlos Fávaro (PSD) e Jader Filho (MDB).
Enquanto isso, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, elogiou o diálogo entre os Três Poderes.
Sobre a paralisação das emendas, dirigentes ouvidos pelo jornal O Globo Eles reclamaram, mas destacaram que uma regulamentação deverá ser discutida entre os poderes Executivo e Legislativo nos próximos dias.
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A reunião da última terça-feira entre representantes dos Três Poderes acontece após o Supremo Tribunal Federal confirmar, por unanimidade, três liminares (decisões provisórias) do ministro Flávio Dino, que suspenderam os repasses de emendas parlamentares, inclusive as “emendas Pix”.
Apesar do acordo, as liminares permanecem em vigor até que o Congresso discuta novas regras de transparência para transferências.
Ao suspender a execução das alterações, Dino atendeu pedidos da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), do PSOL e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em comum, todos alegaram que a atual dinâmica de liberação de emendas parlamentares não atende aos critérios constitucionais de transparência, rastreabilidade e eficiência na liberação de recursos públicos.
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(Com Estadão e Agência Brasil)
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