Depois que o X (antigo Twitter), do bilionário sul-africano Elon Musk, anunciou no sábado (17) o fechamento de seu escritório no Brasil, surge agora um novo capítulo sobre qual o papel do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, será como. (STF), em futuros confrontos com a rede social.
Especialistas apontam que, embora o cumprimento das sanções se torne mais difícil a partir de agora, o Supremo ainda pode solicitar o bloqueio da plataforma por outros meios, como através das operadoras de telecomunicações, situação que já ocorreu em casos anteriores.
Em nota, a rede social justificou o fim das operações no país alegando ameaças e censura de Moraes, que conduz investigações sobre a atuação de Musk em campanhas de desinformação contra instituições brasileiras.
Na opinião de Francisco Brito Cruz, jurista e diretor executivo do InternetLab, centro de pesquisa em direito e tecnologia, mesmo com o fim das operações do X em território nacional, a plataforma continuará obrigada a seguir a legislação brasileira, conforme estabelece o Marco Civil da Internet.
Brito destaca ainda que a rede social poderá continuar prestando serviços no Brasil, pois não há previsão expressa que obrigue as redes sociais a terem representantes legais no país.
“A obrigação da empresa é seguir a legislação brasileira. Pode até continuar trabalhando apenas com advogados aqui, como faz o Telegram”, afirma.
O jurista explica que, em caso de descumprimento das medidas legais estabelecidas por Moraes, como multas, bloqueio de perfil ou violação de regras relacionadas à legislação eleitoral, a rede social poderá ser temporariamente suspensa por meio de ordens judiciais enviadas às operadoras de telecomunicações, como como aconteceu com o Telegram.
“Se não seguir a legislação brasileira, a plataforma poderá sofrer sanções, como bloqueio, pois o Judiciário tem o poder de enviar ordens às operadoras para que não permitam que sua infraestrutura seja utilizada para acesso ao serviço por usuários brasileiros”, ele explica. .
Para o pesquisador de Direito e Tecnologia do ITS (Instituto de Tecnologia e Sociedade) Rio, João Victor Archegas, será mais difícil, a partir de agora, que a plataforma cumpra eventuais ordens judiciais, o que, na sua avaliação, levará a uma escalada de tensão entre a plataforma e o Judiciário brasileiro, especialmente em relação a Moraes.
“A relação já era turbulenta e extremamente complexa. A OX vinha se recusando, por exemplo, a cumprir determinadas ordens ou, cumpriria essas ordens e, posteriormente, Elon Musk viria a público dizendo que essas ordens violavam o ordenamento jurídico brasileiro. Agora, o cumprimento de ordens judiciais, a tentativa de intimação dessa empresa em novos processos, novas ações judiciais – todas essas ações, todos esses procedimentos – ficarão ainda mais difíceis de serem realizados”, pontua.
O pesquisador destaca ainda o risco de que o descumprimento de medidas legais possa levar ao bloqueio definitivo da plataforma no Brasil.
“Essa plataforma pode continuar oferecendo seus serviços no Brasil se não estiver se submetendo à legislação brasileira como deveria? Eventualmente, poderemos até chegar a uma discussão sobre se o X deve ou não ser bloqueado no Brasil. Podemos chegar a esse extremo, então vamos ver quais serão os próximos capítulos dessa novela”, completa.
Perfis geraram crise entre Moraes e Musk
Um pedido de informações sobre 13 perfis, em sua maioria de pessoas desconhecidas, foi o estopim que levou ao fechamento da rede social X office no Brasil.
A recusa da plataforma em atender às ordens de Moraes culminou na emissão de mandado de prisão contra o representante legal da emissora no país e, consequentemente, no fim da operação.
Moraes emitiu ordem em 23 de julho para que X fornecesse os dados cadastrais de 12 perfis de usuários de X no prazo de cinco dias.
Entre os nomes listados pela equipe de Moraes no STF estavam o argentino Fernando Cerimedoque ficou conhecida no Brasil após realizar uma transmissão ao vivo compartilhando mentiras sobre as urnas eletrônicas e as eleições de 2022, e até a empresária Cris Arcangelique participou do reality show Shark Tank.
Também está incluído na lista o influenciador Gabriella Labreo anunciante Maurício Costao empresário Cláudio Pitanga e perfis menores de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e críticos do STF.
Em outra decisão assinada em 12 de agosto, Moraes determinou o compartilhamento dos dados cadastrais do perfil “@allanconta“, que já teve a conta bloqueada por decisão judicial, sob pena de R$ 100 mil de multa por dia.
Este é um perfil atribuído ao blogueiro de Bolsonaro, Allan dos Santos. Na semana passada, Moraes determinou sua prisão por obstrução à justiça. No entanto, Alan dos Santos mora nos Estados Unidos.
Um dia depois, em 13 de agosto, o ministro aplicou multa de R$ 50 mil na rede social por descumprimento de ordem judicial.
No mesmo despacho, o juiz deu prazo de uma hora para X cumprir a decisão sob pena de multa de R$ 200 mil para cada perfil mencionado.
Ele concluiu a decisão sinalizando que o descumprimento configuraria crime de desobediência por parte do representante legal da plataforma no Brasil, o que levou à decisão de prender Raquel Vila Nova última sexta-feira (17).
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