O empreendedor e influenciador digital Pablo MarçalCandidato do PRTB a prefeito de São Paulo (SP), afirmou, nesta sexta-feira (9) – um dia após o primeiro debate entre os principais candidatos do pleito paulista – que vencerá o pleito de outubro no primeiro turno e, após leva gabinete, decretará “cessar-fogo” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)a quem já fez uma série de críticas e ataques.
Em audiência promovida pela G1Marçal criticou gestão do autarca Ricardo Nunes (MDB)candidato à reeleição, que classificou como “bagunçado”. Marçal também defendeu a redução da máquina administrativa municipal e reiterou propostas que já havia apresentado, como a instalação de uma rede de teleféricos capaz de ligar as maiores favelas da capital paulista.
Ao pregar um “cessar-fogo” com Lula e seus adversários políticos, caso fosse eleito prefeito de São Paulo, Marçal respondia a uma pergunta sobre a viabilidade de suas propostas, em meio a possíveis limitações orçamentárias.
“Uma prefeitura tão rica não precisa se preocupar com isso. Para tudo que meus especialistas estão arrecadando há dinheiro. O que eles não têm é disposição”, disse o candidato do PRTB.
“Se faltar dinheiro na nossa receita, no orçamento da prefeitura, você sabe de onde posso arrecadar receita? Temos 70 deputados federais no estado de São Paulo. A maioria deles leva as alterações para o interior de São Paulo. Com o relacionamento, vou trazer esses investimentos para a cidade. Por que os deputados não trazem isso? Eles usam isso para trocar votos”, continuou Marçal.
“Como vou conseguir dinheiro? Trazer emendas dos deputados e dar-lhes os devidos elogios; com parcerias público-privadas; e terei um diálogo com o Presidente da República. Deve haver um cessar-fogo após as eleições. Não é possível o Brasil ficar com políticos que têm inimigos de outros políticos”, completou.
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Críticas a Ricardo Nunes
Durante a audiência, Pablo Marçal reiterou críticas que já fez ao governo do prefeito Ricardo Nunes. O empresário defendeu a redução do tamanho da máquina administrativa municipal e afirmou que a gestão atual é prejudicada pela desorganização e pela falta de planejamento, além da falta de dados e informações.
“A cidade de São Paulo tem 32 subprefeituras, mas nem tudo está integrado em um só prédio. O horário de funcionamento compete com o horário dos trabalhadores. E a pessoa receberá um certificado para resolver o problema de registro? Por que você não consegue integrar tudo? É isso que vamos fazer”, afirmou Marçal.
“A cidade de São Paulo tem um aplicativo, o 156, que é para os ingleses verem. Ninguém pode usar isso. E não tem o serviço que as pessoas precisam”, criticou o empresário.
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O candidato do PRTB a presidente da Câmara disse que “a gestão de Ricardo Nunes é muito confusa”. “Ele não sabe os números. Eles não respondem e as pessoas estão sofrendo por causa disso. O segredo da má gestão é não ter números. Sem os números, não há como tomar decisões”, disse ele.
Teleférico nas favelas
Na entrevista, Marçal reforçou uma proposta que já tinha apresentado em audiência anterior, promovida pela UOL e o jornal Folha de S.Paulo: a construção de uma rede de teleféricos que liga as favelas da cidade.
O candidato disse ainda que desistiu da proposta de criação de pedágio urbano na capital, após ouvir especialistas na área. Marçal também propôs a construção de “bolsões” de carros nas rodovias, para facilitar o trânsito.
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“O mais inteligente para resolver o problema do trânsito é evitar que as pessoas acordem às 4 ou 5 horas, tenham que ser arrastadas por 2 horas até o centro da cidade, entrem em um prédio, abram um computador e façam bagunça na internet. Por que essa pessoa não pode se movimentar perto de sua casa? Por que não podemos levar workshops às comunidades?” perguntou o candidato.
Para Marçal, “a primeira solução para o trânsito é a descentralização”. “Quero transformar a comunidade em um hotspot gastronômico. E vamos trazer turismo. Imagine colocar centros olímpicos, hoteleiros, gastronômicos e de empreendedorismo nessas comunidades”, prometeu.
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Educação
Questionado sobre suas principais propostas para a educação, Pablo Marçal elogiou o modelo de escolas cívico-militares, implementado pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Eu sou um educador. Adoro ensinar e sei que é o lugar onde mais economizaremos dinheiro”, disse ela. “O atual prefeito colocou a educação desta cidade em segundo plano e a fez cair cerca de 20 posições.”
“Eu vim do ensino público. Investimos R$ 25 bilhões e 90% das crianças não estão aprendendo e não lideram o crescimento nem apontam nada para o futuro. A alfabetização é muito simples. O modelo que o PT vem usando, e já assumiu 3 vezes a Prefeitura de SP, não quer fazer com que as crianças amadureçam rapidamente. É muita teoria e pouca prática”, criticou Marçal.
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Segundo o candidato do PRTB, “estamos a criar activistas nas nossas escolas”. “Vim de escola pública, sou filho de uma faxineira e aprendi a idolatrar Karl Marx, a ficar irritado com os EUA e a criar essa guerra entre trabalhadores e empresários”, disse.
Segurança pública
Outro tema discutido durante a audiência foi como enfrentar a violência urbana e fortalecer a segurança pública na maior cidade do Brasil. Segundo Marçal, é preciso “tratar o efeito e a causa”. “A cidade de São Paulo tem poucas câmeras para a quantidade de gente que está aqui”, disse.
“Tenho um drone na minha segurança pessoal que encontra pessoas debaixo das árvores. Não acredito em nenhuma grande solução que gaste bilhões. Tudo tem que estar amparado na lei, tudo tem que ser testado e ter o apoio da população”, explicou o candidato, defendendo o uso da tecnologia para monitoramento e prevenção.
“Vamos sentar com o governo do estado, que tem uma polícia evidente. E vamos triplicar a guarda, porque o sentimento de insegurança na cidade é absurdo”, acrescentou.
Líderes do PRTB e o PCC
Durante a audiência, Pablo Marçal foi questionado sobre as denúncias envolvendo dirigentes do seu partido, o PRTB, suspeitos de terem ligações ao crime organizado.
Segundo reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Pauloo presidente nacional do PRTB, Leonardo Avalanche, teria sido flagrado conversando com um suposto integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
No áudio divulgado pelo jornal, o dirigente diz que teria participado da libertação do traficante André do Rap, um dos dirigentes do PCC, que saiu da prisão em 2020 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Quando vi no noticiário, encaminhei para ele [Leonardo] e perguntei o que era isso. Ele me disse que isso era uma armação”, disse Marçal.
“Se isso é conversa fiada, deixe-o apresentar suas declarações. Ele tem que se defender. Não estou defendendo ele. Não consigo encontrar nada. Não sei a veracidade do áudio”, continuou o candidato. “De qualquer forma, acredito que as pessoas precisam ter direito ao contraditório e à plena defesa. Eu não faço parte disso.”
Marçal afirmou ainda que não conhece “todos no partido” e aderiu ao partido “recentemente”. “Queria uma festa de gente que não tivesse problemas. O que garanto é que eu, Pablo Marçal, não tenho vínculo e não vou abaixar a cabeça para quem é criminoso”, afirmou.
“Se o presidente tiver alguma coisa [de envolvimento com o PCC]Vou pedir a remoção dele. Mas isso tem que ser comprovado”, concluiu.
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