O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou na noite deste domingo (4) ao Chile. O petista terá dois dias de reuniões com políticos e empresários, mas sem tirar do radar as eleições na Venezuela.
A comitiva presidencial chegou a Santiago pouco depois das 20h (horário de Brasília). Lula, porém, preferiu não responder aos questionamentos. “Amanhã direi o que vocês quiserem”, disse ela aos jornalistas que esperavam na porta do hotel onde o presidente ficará hospedado.
A primeira consulta do presidente será pela manhã, em cerimônia de oferenda de flores no Monumento al Libertador Bernardo O’Higgins.
Em seguida, segue para uma reunião bilateral com o presidente do país anfitrião, Gabriel Boric. A expectativa é que os chefes de Estado assinem 17 acordos bilaterais em áreas como ciência e tecnologia, direitos humanos, segurança cibernética e educação.
Segundo o Itamaraty, Lula também pretende pedir o apoio do Chile para o lançamento do programa Aliança Contra a Fome e a Pobreza. Nos moldes do Bolsa Família, maior programa social do governo petista, a iniciativa deverá ser anunciada durante a reunião do G20, em novembro.
A situação na Venezuela não está na agenda oficial da reunião entre os presidentes, segundo o Itamaraty. Diplomatas ouvidos pela CNN, porém, acreditam que é inevitável que os dois discutam o assunto em reuniões privadas.
Há uma semana, Nicolás Maduro foi proclamado reeleito. A oposição alega fraude e realiza protestos. Mais de mil pessoas já foram presas e há relatos de vinte mortes, segundo a Human Rights Watch. Desde então, Lula e Boric adotaram posições diferentes sobre o processo eleitoral venezuelano.
Na primeira manifestação sobre a eleição venezuelana, o brasileiro exigiu a divulgação da ata, mas disse não ver “nada de anormal” no processo eleitoral venezuelano. O chileno disse que os resultados “foram difíceis de acreditar”.
Os dois já haviam discordado sobre o país liderado por Maduro durante o episódio de Essequibo
Outras agendas
Após reunião com Boric, Lula visitará o presidente do STF, Ricardo Blanco; o presidente do Senado, José García Ruminot; e a presidente da Câmara, Karol Cariola.
À tarde, estão previstas reuniões com representantes da Latam, maior empresa chilena com atuação no Brasil, e com o secretário executivo da CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), José Manuel Salazar-Xirinachs.
Lula e Boric também participarão de fórum empresarial organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil).
Na terça (6), Lula também tem encontro marcado com o prefeito de Santiago, Irací Hassler, e com o ex-presidente chileno Ricardo Lagos. Ainda não há calendário para o encontro com Lagos.
No total, fazem parte da delegação representantes de 15 ministérios: Relações Exteriores; Empreendedorismo; Minas e Energia; Portos e Aeroportos; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Trabalhar; Desenvolvimento Social; Saúde; Gestão e Inovação; Direitos humanos; Ciência e Tecnologia; Turismo; Indústria e Comércio; Comunicação e GSI.
Esta será a segunda visita de Estado do Presidente Lula ao Chile. A primeira ocorreu há vinte anos, em agosto de 2004. Boric esteve duas vezes em Brasília. Ele esteve na posse de Lula e também foi um dos participantes do encontro de presidentes sul-americanos, em maio de 2023.
*Repórter Carol Rosito viaja a convite da ApexBrasil
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