Os atuais prefeitos de São Paulo, Porto Alegre, Florianópolis e Boa Vista receberam impulso em sua campanha e disputarão as eleições municipais deste ano ao lado de um vice-candidato do PL com a bênção de Jair Bolsonaro, líder máximo do partido.
As parcerias entre os partidos foram oficializadas em convenções realizadas na última semana.
O movimento inclui prefeitos do MDB e do PSD, partidos do “Centrão”, que originalmente não tinham o bolsonarismo no DNA, embora eventualmente tenham sido eleitores ou apoiadores do ex-presidente.
Apesar disso, a presença de Bolsonaro deve ocorrer “com moderação” nessas campanhas, segundo interlocutores ouvidos pelo CNN.
Em São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), terá como vice o coronel Mello Araújo (PL), indicado por Bolsonaro.
Ex-integrante da Rota, grupo de elite da PM paulista, Mello não era o preferido de Nunes, mas entrou na disputa após a chegada de Pablo Marçal (PRTB) à campanha, como estratégia para fidelizar o eleitorado bolsonarista ao prefeito .
Nesta quinta-feira (1º), a convenção do MDB oficializou a vice de Arthur Henrique, atual prefeito de Boa Vista. O escolhido pelo PL é o tenente-coronel Marcelo Zeitoune.
A convenção contou com a presença da ex-prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, e do ex-ministro Romero Jucá, líderes do MDB em Roraima.
O presidente Lula (PT) ainda teve uma troca de gestos carinhosos com o prefeito de Boa Vista. Arthur Henrique (MDB) foi a Brasília em julho de 2023 para discursar no lançamento da nova fase do programa Mais Médicos e recebeu Lula em visita à cidade em janeiro deste ano.
O apoio de Bolsonaro, porém, foi mais valorizado, já que 79% dos eleitores preferiram o ex-presidente nas eleições de 2022.
Em Porto Alegre, o colega emedebista Sebastião Melo terá em sua chapa a tenente-coronel Betina Worm representando o PL. Durante a convenção do PL, Melo disse à companheira de chapa que ela terá papel definido caso sejam eleitos.
“No nosso vice-governo há tempo, há voz e há participação”, afirmou. Apesar disso, ele não deveria ter Bolsonaro como protagonista em sua campanha para não afugentar os eleitores que rejeitam o ex-presidente.
O PSD também terá o PL como vice-presidente na sua chapa em uma capital. A parceria foi firmada em Florianópolis, onde o prefeito Topázio Neto estará ao lado da vereadora Maryanne Mattos na disputa pela reeleição.
A escolha para ser deputada de Topázio foi feita por um cacique do PL, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello.
Ainda há cidades onde o PL não indicará o vice-presidente, mas apoiará o prefeito. É o caso de Salvador (BA), onde Bruno Reis buscará a reeleição pelo União Brasil.
A escolha dele foi Ana Paula Matos (PDT), que já é vice-prefeita e pode eventualmente herdar o comando da cidade caso concorra ao governo do estado.
E também há cenários em que o prefeito aderiu ao PL para garantir o apoio de Jair Bolsonaro. É o caso de Rio Branco, capital do Acre, onde o prefeito Tião Bocalom trocou o Progressistas pelo PL e, assim, também terá a benção de Bolsonaro, disputando a eleição com o já anunciado apoio do ex-presidente.
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