Uma das principais preocupações do governo brasileiro das eleições deste domingo (28) na Venezuela é a possível publicação paralela de resultados tanto por apoiadores do atual presidente Nicolás Maduro quanto por opositores do atual regime.
De acordo com CNNqualquer divulgação diferente da oficial tem o potencial de causar turbulência, questionamentos, mobilização e revolta popular.
A diretriz que norteou o diálogo entre importantes atores da comunidade internacional é que o resultado oficial, seja ele qual for, precisa ser aceito por todos os concorrentes.
Anúncio do resultado
A oposição, que tem como candidato Edmundo González, afirmou que se baseará nos totais de votos impressos pelas urnas nos centros de votação no final do dia eleitoral.
O governo afirma que o que conta é o relatório do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O chavismo pede aos seus apoiadores que saiam às ruas imediatamente após o anúncio dos resultados pela organização.
Nos últimos dias, o procurador-geral do Ministério Público venezuelano, Tarek William Saab, afirmou que a CNE “é o único órgão legitimado para fornecer resultados” e alertou que quem instigar ou promover “a usurpação de funções exclusivas da CNE” irá estar cometendo um crime.
“Tratando-se de crime de usurpação de funções que pertencem ao reitor em matéria eleitoral e que se destina a gerar caos e confusão na população, este Ministério Público iniciará de imediato – caso tal ocorra – a respetiva investigação e o autor ou autores de tais atos serão presos de acordo com o estabelecido pela lei e pela Constituição, escreveu Saab.
Embargo
Questionado em entrevista exclusiva ao CNN Sobre uma possível inconsistência entre as atas impressas pelas urnas e os resultados da CNE, a líder da oposição María Corina Machado disse que “não deveria” haver diferenças entre os resultados, mas fez uma ressalva.
“Estamos a falar de uma instituição que está sujeita ao regime, por isso não sabemos se neste dia haverá ordens políticas que pretendam não reconhecer o que diz a ata”, afirmou.
Antes mesmo de serem divulgados os resultados oficiais das urnas, a oposição já aponta manobras do regime de Maduro para constranger o trabalho e a participação da oposição. Entre eles, a desqualificação da principal líder da oposição, María Corina Machado.
Depois, a impossibilidade técnica de inscrição de Corina Yoris, escolhida para substituir Machado.
Além da dificuldade de voto dos venezuelanos no exterior, as prisões de opositores, as mudanças nos centros de votação dos eleitores e as dificuldades para conseguir inspetores dos partidos nas escolas.
Ao votar na manhã deste domingo, Maduro prometeu reconhecer “tudo o que os juízes eleitorais disserem”. Não só reconhecerei, mas defenderei o resultado.”
Saiba como obter e para que serve a Certidão de Crimes Eleitorais
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