A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reduziu as projeções de receita extraordinária com julgamentos do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) decorrentes da alteração nas regras do voto de qualidade em situações de empate.
As alterações nas estimativas constam do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) do terceiro bimestre, divulgado na última segunda-feira (23). Segundo o documento, o governo federal espera agora que a nova regra garanta R$ 37,711 bilhões em receitas de julho a dezembro.
Continua após a publicidade
Na versão anterior do relatório, a equipe econômica apontava uma receita adicional estimada de R$ 55,647 bilhões no acumulado do ano, sendo R$ 49,594 bilhões apenas a partir de maio.
Porém, como a própria Secretaria da Receita Federal indicou há poucos dias, até maio, nenhum valor relativo à alteração do voto de qualidade em casos de empate havia entrado nos cofres da União. O que indica, na prática, uma redução de R$ 17,936 bilhões nas estimativas de faturamento do Carf em 2024.
Durante entrevista coletiva, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse que a previsão inicial de receitas provenientes dos julgamentos no órgão considerava um fluxo de ingressos aos cofres públicos a partir de maio. Ele explicou que a projeção se deve à paralisação do Carf no início do ano e aos prazos relativos ao novo modelo de julgamento em casos de empate, conforme lei aprovada em 2023.
Continua após a publicidade
Barreirinhas explicou que, após concluir a análise de uma disputa, o juiz do Carf tem 60 dias para finalizar a decisão. Superada essa etapa, a Receita Federal costuma demorar cerca de 30 dias para recalcular o débito do contribuinte, a partir da decisão do órgão. Posteriormente, conforme estabelece a nova legislação, é concedido prazo de 90 dias para que o contribuinte decida se deseja celebrar acordo de pagamento em condições especiais – em 12 parcelas mensais, sem multas e juros. Se a opção for pelo não pagamento e pela judicialização, a dívida vira dívida ativa e os encargos com juros voltam.
“É como se eu originalmente tivesse pegado os R$ 55 [bilhões], eu expurgo maio e junho, porque já foi realizado. O valor que não entrou acabou sendo compensado com outras receitas, mas agora o que espero que entre agora e até o final do ano é a diferença. É como se eu tivesse adiantado o cronograma de recebimentos em dois meses. O que era para começar em maio e junho estou me mudando há dois meses. Isso equivale a R$ 37 bilhões até o final do ano”, destacou.
“Como o julgamento foi retomado em fevereiro, o prazo para os primeiros julgamentos que dão essa opção aos contribuintes termina em meados ou no final de agosto. Estamos aguardando os próximos dois meses para ver o comportamento [desta rubrica]se atender às expectativas que tínhamos de receita extraordinária”, continuou o secretário.
Continua após a publicidade
Segundo Barreirinhas, um indício de que a situação pode caminhar na direção projetada pela equipe econômica é o fato de o Carf estar avaliando um volume de recursos que gira em torno de R$ 90 bilhões por mês desde fevereiro. Será agora necessário verificar a adesão dos contribuintes ao programa de compliance em condições especiais.
Apesar dos ajustamentos feitos pela equipa económica do governo às projeções desta rubrica, os agentes do mercado financeiro continuam céticos quanto aos cálculos desta e de outras fontes de receitas que se espera que fechem as contas e cumpram a meta de défice zero em 2024 − ou pelo menos um déficit de R$ 28,8 bilhões, equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Na verdade, podemos ter atraso no recolhimento do CARF devido aos prazos legais para publicação de portaria e decisão referente à adesão. Porém, se esse for mesmo o motivo da frustração da arrecadação, significa que a projeção para 2024 deve ser ainda menor do que as estimativas do governo, pois a entrada de recursos só ocorrerá nos últimos meses do ano”, afirma Thiago Sbardelotto, economista da XP Investimentos.
Continua após a publicidade
“Por outro lado, vejo que há fatores importantes não considerados nesta equação. O principal é que a mudança na lei do Carf também permitiu que as empresas recorressem ao Judiciário sem realizar depósitos de garantia. Isso representa uma redução no custo da judicialização e, portanto, um incentivo para que as empresas continuem discutindo as teses em que perderam o voto decisivo em outras instâncias”, continua.
Com isso, o especialista destaca os riscos de a adesão ao pagamento administrativo ao Carf ser inferior ao esperado pelo governo federal − o que poderá pressionar as contas públicas durante as próximas divulgações bimestrais do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, e, consequentemente, exigir novos movimentos orçamentais para fechar as contas.
empréstimo bom pra crédito
max cred é confiável
empréstimo pessoal inss
bpc emprestimo consignado
emprestimos para negativados rj
max pedidos
whatsapp blue plus download
emprestimo de 20 mil
emprestimo noverde é confiavel
simulação de emprestimo consignado inss
taxa de juros consignado banrisul 2023
financiadoras de emprestimos
empréstimo pessoal bpc