O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estabeleceu a ousada meta de realizar 35 leilões de concessões rodoviárias ao longo dos 4 anos de mandato, mas até o momento apenas 3 foram arrematados − lotes 1 e 2 no Paraná em 2023 e BR-040/MG neste ano.
Além dos leilões, houve outra tentativa de outorga do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte (MG) e Governador Valadares (MG), que, pela terceira vez, não gerou interessados. Nesse caso, está previsto novo leilão para o dia 29 de agosto, com ajustes no edital, como mitigação de riscos à concessionária.
Continua após a publicidade
Desde junho também está aberto para leilão o edital de concessão da BR-040/GO/MG entre Belo Horizonte e Cristalina (GO) marcado para 26 de setembro. Além disso, estão previstos 3 leilões em outubro – mesmo número de novembro e dezembro.
“É muito importante ter um objetivo ousado. Não é minha vontade, mas uma observação de que o Brasil historicamente fez pouquíssimas concessões de infraestrutura, apesar de haver maior alarde em um ou outro governo”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), em entrevista ao InfoMoney.
“Em cerca de 25 anos de concessões no Brasil, realizamos apenas 24 leilões. Isso significa menos de um leilão por ano na média histórica. No último governo, por mais alarde que tentassem fazer, realizaram 6 leilões – 1,5 por ano. Por que quero aumentar para 12 ou 13 este ano e 35? Acredito que esse número fala da necessidade da nossa infraestrutura. Se eu tiver uma meta ousada e cumprir parte dela − 70%, 80%, 90% −, vai significar que teremos feito 26, 28, 30 leilões, contra 6”, apontou.
Continua após a publicidade
Leia também: Renan Filho: Se a frenagem for muito brusca, o coitado vai voar pelo para-brisa
O otimismo do ministro contrasta com um momento ainda desafiador para o mercado, especialmente no financiamento de obras de infraestrutura, em meio à persistência de taxas de juros em patamares elevados.
Hoje, a Selic está em 10,50% ao ano. As taxas dos títulos públicos longos atrelados à inflação, como as NTN-B com vencimento em 2045, por exemplo, passaram do IPCA +5,53% em 2 de janeiro para IPCA +6,53% em 2 de julho e atualmente mantêm ganhos reais acima de 6,20%. Isto também significa um custo mais elevado de angariação de fundos para obras rodoviárias e ferroviárias.
Continua após a publicidade
Na avaliação de Renan Filho, os investidores nacionais são mais sensíveis à situação do que os investidores estrangeiros – que têm sido cada vez mais procurados para investir em projetos de infraestrutura no Brasil. “Os investimentos de longo prazo estão em boa situação em todo o mundo. Há liquidez no mercado internacional para investimentos em infraestrutura, dados os leilões que realizamos”, afirmou.
“O Brasil é hoje um país muito forte em termos de características capazes de atrair investimentos internacionais em infraestrutura”, continuou.
Para ele, são três os fatores que fazem do país um destino de interesse para investidores estrangeiros: 1) projetos mais rentáveis do que em economias mais desenvolvidas; 2) A conexão do Brasil com a agenda de preservação da biodiversidade e transição ecológica; e 3) o país é garante da segurança alimentar.
Continua após a publicidade
“Esses pontos facilitam a atração de investimentos internacionais no Brasil. E [essa] tem sido o foco dos leilões recentes. Por isso a entrada de fundos de investimento, substituindo apenas construtoras e concessionárias ou concorrendo com elas, amplia o leque de concorrentes”, sustentou.
“Dito isso, vale ressaltar que quanto mais a política econômica brasileira permitir a queda dos juros, com a inflação sob controle, mais teremos incentivos para investimentos em infraestrutura de longo prazo”, acrescentou.
Um teste importante para o governo será a terceira tentativa de leilão do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte (MG) e Governador Valadares (MG). O governo federal, desta vez, fez alterações no edital como estratégia para superar o desinteresse dos investidores observado nas recentes competições envolvendo o trecho.
Continua após a publicidade
Nesse caso, um dos ajustes foi a retirada de dois trechos da saída de Belo Horizonte do contrato. Serão agora realizadas como obra pública, devido à insegurança do sector privado em lidar com a necessidade de uma grande deslocalização da população que vive nos locais do projecto.
Outra mudança foi o aumento da taxa de retorno do projeto. “Precisa ser proporcional ao desafio de execução: projeto muito fácil, menor retorno; projeto mais complexo, com área acidentada, chuva forte, transportando muita carga, maior risco, maior rentabilidade”, explicou o ministro. Finalmente, o governo decidiu aumentar a partilha do risco geológico da região.
Novos instrumentos
Além de adequações em editais e modelos de contratos, o Ministério dos Transportes também espera contar com novas modalidades de financiamento para atores privados como forma de facilitar a formatação de projetos e aumentar o interesse em futuros leilões − o que também ajuda na competitividade e, portanto, em ganhos de eficiência.
Uma das apostas que pode estimular os atores nacionais é o aprofundamento da utilização de debêntures em projetos. Nesse sentido, o novo instrumento de debêntures de infraestrutura, criado por lei sancionada em janeiro e regulamentado em decreto de maio, traz uma nova alternativa de acesso a financiamento com menos burocracia.
A ideia é promover investimentos comprometidos com a neutralidade climática, o desenvolvimento sustentável e a inclusão social. Na área de transportes, serão considerados prioritários apenas os projetos cujas ações sejam objeto de instrumento de concessão, permissão, autorização ou arrendamento. Essa exigência é importante para que os benefícios fiscais sejam focados em projetos vinculados ao interesse público.
Diferentemente das debêntures incentivadas, as debêntures de infraestrutura oferecem benefícios fiscais diretamente às empresas emissoras, o que visa possibilitar a oferta de melhores remunerações nas emissões de títulos e, consequentemente, o alcance de investidores institucionais que já possuem benefícios fiscais de imposto de renda, como é o caso dos fundos de pensão.
Pela nova modalidade, a empresa emissora poderá deduzir os juros pagos no cálculo do seu lucro líquido e na base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Além disso, há previsão de exclusão adicional de 30% dos juros pagos no exercício na apuração do lucro real e na base de cálculo da CSLL, e prorrogação do prazo de 24 para até 60 meses para retroagir o pagamento de despesas, despesas ou possíveis dívidas. reembolso com os recursos arrecadados. Dessa forma, as empresas poderão emitir debêntures no momento em que o projeto apresenta menor risco, o que reduz o custo de captação de recursos.
Outra aposta para destravar projetos de infraestrutura é a participação mais efetiva do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na semana passada, ganhou destaque a notícia de que a instituição vai ancorar R$ 9,4 bilhões em debêntures incentivadas que serão emitidas pela CCR Rodovias (CCRO3) para financiar obras relacionadas à Dutra e à Rio-Santos. Haverá também crédito direto de R$ 1,34 bilhão.
O projeto também traz a inovação dos chamados “project finance sem recurso”, o que permite que o risco envolvido seja coberto pelos ativos próprios do projeto. Dessa forma, a empresa não precisa prestar garantias adicionais – o que facilita o balanço e facilita a participação de novas dívidas em projetos futuros.
empréstimo bom pra crédito
max cred é confiável
empréstimo pessoal inss
bpc emprestimo consignado
emprestimos para negativados rj
max pedidos
whatsapp blue plus download
emprestimo de 20 mil
emprestimo noverde é confiavel
simulação de emprestimo consignado inss
taxa de juros consignado banrisul 2023
financiadoras de emprestimos
empréstimo pessoal bpc