SÃO PAULO (Reuters) – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou nesta sexta-feira que tenha tido reuniões fora de sua agenda oficial com um executivo da Âmbar Energia, empresa pertencente à holding J&F que tinha negócios beneficiados pela emissão de medida provisória relativa à distribuidora Amazonas Energia.
“Só recebi o senhor Marcelo Zanatta (CEO da Âmbar)… dentro da agenda oficial. Só tive duas reuniões com Marcelo Zanatta, uma quando tomei posse, no primeiro mês da minha gestão, aliás nem foi uma reunião oficial… A outra, no dia 21 daquele mês, quando ele foi assinar o PCS (leilão térmico emergencial)… Então, há contradições nessas informações divulgadas”, afirmou o ministro em entrevista à GloboNews.
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Silveira respondia a uma pergunta sobre uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, segundo a qual executivos de Âmbar foram recebidos por seu departamento 17 vezes antes da edição da medida provisória que beneficiou os negócios recentes do grupo.
Veículo de energia da J&F, controlada pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, a Âmbar Energia anunciou no mês passado um acordo para comprar um conjunto de termelétricas da Eletrobras no Amazonas. Dias depois, foi publicada medida provisória para salvar do ponto de vista econômico e financeiro a distribuidora de energia amazonense, que comprava energia de usinas adquiridas pela Âmbar.
O ministro disse ainda à GloboNews que as bases da medida provisória já eram públicas em relatório divulgado por sua secretaria em fevereiro, com diagnóstico que destacava a necessidade de medidas legislativas para enfrentar o problema econômico da distribuidora Amazonas Energia.
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A concessionária amazonense foi privatizada em 2018, mas o atual controlador, o grupo Oliveira Energia, não conseguiu reverter a deterioração econômico-financeira da empresa. Com isso, a agência reguladora Aneel havia recomendado a expiração do contrato da empresa ao governo, que estudava uma solução para o problema desde o ano passado.
Silveira disse ainda que os consumidores do mercado cativo não serão onerados em “um único centavo” com a medida provisória, que busca resolver, entre outros pontos, a situação de sobrecontratação (contratos de sobras de energia) na carteira da distribuidora amazonense.
“O que está sendo feito é o contrário disso… Ela (a medida provisória) redistribui os custos que hoje são pagos exclusivamente com energia de lastro, paga multa para o consumidor que recebe a conta em casa, redistribui com o mercado livre (das indústrias)”.
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