O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reiterou, nesta quinta-feira (4), que o governo não economizará em investimentos em ciência, tecnologia, inovação e educação. O petista criticou quem considera que investir no sistema educacional do país representa “gasto” para os cofres públicos.
No final da tarde, Lula teve seu segundo compromisso do dia no interior de São Paulo, desta vez em Campinas (SP). O petista participou do lançamento da pedra fundamental do Projeto Orion – complexo laboratorial para pesquisas avançadas de patógenos (vírus, bactérias e parasitas causadores de doenças).
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“Eu me pergunto como esse país poderia ser muito mais poderoso do que é, se acreditássemos um pouco mais nas nossas capacidades, se não tivéssemos complexo de inferioridade”, disse Lula.
“Sempre discutimos neste país. Tudo que você faz é caro. Não perguntamos quanto custa não fazê-lo. Quanto custou não fazer a reforma agrária na década de 1950? Quanto custou não ir à universidade para que todos pudessem estudar nas décadas de 1940 e 1950? Não, é caro”, criticou o Presidente da República.
“Por isso eu disse na primeira reunião do governo: quando falamos de educação não usamos a palavra despesa. A educação é um investimento”, afirmou Lula.
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O presidente criticou o que chamou de “analistas de mercado” que “dizem que isso [investir em educação] É jogar dinheiro fora.” “É gastar dinheiro no ensino secundário, pagar os estudos dos alunos. O que custa mais? Colocar esse dinheiro para garantir que ele esteja na escola ou amanhã terá que cumprir mais pena de prisão para colocá-lo na cadeia?”, questionou Lula.
“Não faltará dinheiro para a educação neste país. A educação é o oxigênio que faltava ao povo brasileiro. A educação é o passaporte que podemos garantir para o futuro deste país”, afirmou o presidente.
Em seu discurso, Lula afirmou ainda que está disposto a “discutir apenas as coisas principais” – como educação, saúde e emprego – e deixar em segundo plano as questões relacionadas aos costumes.
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“Quero um país onde não recebamos coisas diretamente de ninguém. Não quero tirar os direitos de ninguém. Não quero a supremacia branca neste país. Também não quero a supremacia negra”, afirmou. “Quero um país que viva de forma civilizada, que tenha diversidade e saiba conviver respeitosamente com mais fraternidade, amor, carinho e democracia.”
Projeto Órion
Orion será um complexo laboratorial para pesquisas avançadas de patógenos, com instalações de contenção biológica elevada e máxima. O centro abrigará técnicas analíticas e habilidades avançadas de bioimagem, que estarão abertas à comunidade científica e aos órgãos públicos, e subsidiará a vigilância sanitária e ações políticas, bem como o desenvolvimento de vacinas, tratamentos e estratégias contra epidemias.
A iniciativa faz parte do programa Nova Indústria Brasil (NIB), do governo federal. O Orion também faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e é financiado com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e apoiado pelo Ministério da Saúde.
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Até junho de 2024, segundo o Palácio do Planalto, foram repassados R$ 240 milhões para o projeto. Até 2026, são esperados mais R$ 760 milhões.
Além de Lula, participaram do evento os ministros Márcio França (Empreendedorismo, Microempresas e Pequenas Empresas), Nísia Trindade (Saúde) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), além do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
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