O ex-policial militar Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, disse a pessoas próximas que se sente seguro e confia na segurança do presídio de Tremembé (SP). Lessa chegou à penitenciária na tarde desta quinta-feira (20).
A chegada a Tremembé, porém, não teria agradado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção criminosa do Brasil. O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp) comunicou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao Ministério Público, à Justiça do Estado de São Paulo e à Penitenciária Estadual Secretaria de Administração sobre suposta ameaça de morte ao ex-PM.
O sindicato pediu às autoridades competentes que reavaliassem a transferência de Lessa. Segundo o Sifuspesp, denúncia recente indicava que o PCC teria ordenado a morte de Lessa. O pedido destaca um possível clima de tensão na penitenciária desde que foi autorizada a transferência do ex-PM.
A conhecida relação do assassino confesso de Marielle Franco com a milícia carioca é o principal fator que, na visão do sindicato, provoca a reação do PCC. Lessa seria visto pelo grupo criminoso como um inimigo.
Segundo relatos de pessoas que têm acesso ao ex-policial, Lessa parece tranquilo diante da iminência de um possível atentado justamente porque a transferência foi sua “opção”. Além disso, ele afirma confiar no esquema de segurança montado para evitar qualquer ataque. Segundo interlocutor do acusado, Tremembé “é o que ele queria”.
Segundo o Sifuspesp, o número insuficiente de policiais penais na unidade agrava a situação e gera risco real para Lessa, demais presos e agentes de segurança.
Por conta da denúncia, na sexta-feira (21), o ministro Alexandre de Moraes enviou ofícios à Polícia Federal, à Procuradoria-Geral da República e ao governo do Estado de São Paulo para verificar se o ex-policial militar, Ronnie Lessa, de fato ele corre risco de ser assassinado dentro do presídio de Tremembé. As cartas ainda não foram respondidas.
A transferência da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS) – considerada uma unidade de segurança máxima com visitas restritas – para o presídio estadual no interior de São Paulo foi um pedido que partiu do próprio Lessa. A intenção do ex-policial é ficar mais próximo da família, que mora no Rio de Janeiro.
O pedido de mudança fazia parte do acordo de delação premiada que o ex-policial assinou com a Polícia Federal. A colaboração foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a mudança de local.
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