Após reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários decidiram votar a urgência dos projetos de lei (PL) sobre aborto e delação premiada nesta quarta-feira (12).
Os temas são considerados polêmicos e têm sido alvo de debate entre os parlamentares nos últimos dias. Caso as urgências sejam aprovadas, os textos poderão ser votados diretamente pelo plenário da Câmara, sem a necessidade de passar por comissões temáticas.
O PL 1904/24, apresentado pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), equipara o aborto realizado após 22 semanas de gravidez ao crime de homicídio simples, mesmo nos casos em que a gravidez seja resultante de estupro.
O projeto é uma das prioridades da bancada evangélica. Após a reunião de líderes desta manhã, o deputado Eli Borges (PL-TO), que preside a Frente Parlamentar Evangélica (FPE), afirmou que é compromisso de Arthur Lira abordar pelo menos a urgência do texto.
Denúncia
O PL 4699/23 propõe o fim da delação premiada para pessoas que estão presas. O pedido urgente é assinado por alguns dos principais dirigentes da Câmara, inclusive do centrão.
Os deputados signatários são Luciano Amaral (PV-AL), Romero Rodrigues (Podemos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), Altineu Côrtes (PL-RJ) e Isnaldo Bulhões Jr. MDB-AL).
Confusão na Câmara
Nesta quarta, os parlamentares também deverão analisar o mérito do projeto que agiliza a punição dos deputados que descumprirem o Código de Ética da Câmara. Ontem, a urgência da pauta foi aprovada pelo plenário da Câmara.
A proposta foi colocada em pauta após episódios de confusão entre parlamentares na semana passada. A ideia do projeto é agilizar as punições, e não esperar todo o processo tradicional no Conselho de Ética — que é mais demorado e pode levar meses.
Assinado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o texto permite que a Mesa da Câmara suspenda cautelosamente o exercício do mandato de parlamentares que descumprirem o Código de Ética. Na prática, a suspensão deixaria o deputado sem salário, sem verba e sem cargo, segundo Lira.
Hoje em dia, a Mesa Diretora da Câmara não tem competência para suspender mandatos em caráter cautelar. O Conselho de Administração é responsável pelos trabalhos legislativos e administrativos da Câmara. É composto pelo presidente, dois vice-presidentes e quatro secretários.
Ainda segundo a proposta, a suspensão determinada pela Diretoria será imediatamente comunicada ao Conselho de Ética da Câmara, que decidirá, no prazo de 15 dias, pela manutenção ou não da medida. A deliberação do Conselho de Ética deverá ocorrer prioritariamente, em votação aberta, sendo necessária a votação da maioria absoluta do conselho.
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